Abre o olho Botafogo

Quem lê o título da matéria vai imaginando que vou falar sobre a delicada situação do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Poderia até ser, mas não é.

Airton, expulso outra vez (Foto: Getty Images)

Airton, expulso outra vez (Foto: Getty Images)

Como todos sabem, vencendo o jogo de ontem contra o Inter e, acumulando enorme camada de gordura que praticamente o livra do rebaixamento, o Flamengo pode agora se concentrar no jogo decisivo de quarta-feira, contra o Atlético, pela Copa do Brasil. O Botafogo, para ficar livre das penhoras, tirou o jogo do Maracanã e se acertou com o pessoal de Manaus. Esta é uma jornada de sacrifício, pois a viagem é uma das mais longas para quem sai do Rio e, consequentemente, interfere no estado físico dos jogadores. Por ter ganho ontem, Vanderlei poderá poupar, se quiser, todo time titular e, acho que é exatamente isto que deve ele fazer. Os botafoguenses se animaram, pois vão pegar um “meio Flamengo”, e é sobre isto que quero falar e alertar.

Quando o meu querido amigo José Luiz Rolim era presidente do Botafogo, aconteceu a mesma situação que relatei anteriormente, só que de forma contrária. Quem passou a ter um jogo decisivo foi o Botafogo e, dias antes havia uma partida contra o Flamengo por outra competição. Não havia outra solução. O Botafogo colocou em campo, no Maracanã, um time formado por reservas e jogadores dos juniores. Nenhum titular. O Flamengo, completinho. Da mesma forma que os botafoguenses estão achando hoje uma feliz coincidência que obriga o Flamengo a colocar um time B em campo, os rubro-negros, à época, também acharam. O jogo do Flamengo completinho, contra o “meio Botafogo”, para desespero de todo Maracanã, onde só havia torcedor do Flamengo, terminou com a vitória do Botafogo por 1 X 0, com gol de Renato.

Baseado neste fato que participei e presenciei, sugiro que a torcida do Botafogo não fique tão animada. A zebra também pode ser rubro-negra.