Neymar e Zico

Foto: Gazeta Press

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Em qualquer jogo, seja contra quem for, um mesmo jogador fazer quatro gols é de se tirar o chapéu, quanto mais jogando pela Seleção Brasileira. Realmente, este Neymar é um privilegiado e seu futebol é tão simples, como competente e plástico. Dos jogadores que pela seleção fizeram quatro gols, ele foi quem atingiu a marca com a menor idade. Neymar tem 22 anos. Para que se tenha uma idéia de como não é simples tal feito, neste item, Pelé, o rei do futebol, ficou devendo. As duas maiores proezas, foram de dois rubro-negros. Evaristo de Macedo, que marcou cinco gols em uma única partida e o nosso Zicão, que marcou quatro gols num mesmo jogo, em duas oportunidades. Contra a Bolívia, em 77, e em 81, contra o Eire. Vi estas duas façanhas ao vivo e a cores…

Falo nisso e volto no tempo. Nunca em toda a minha vida torci tanto por alguém. Era tão apaixonado pelo talento do Galo que, se o Flamengo vencesse e não houvesse ao menos um golzinho dele, a vitória não tinha o mesmo sabor. Por isso, por experiência própria e, por me julgar minimamente conhecedor do espírito rubro-negro, afirmo que é um crime contra o patrimônio não se tentar trabalhar no sentido de se encontrar um ídolo para o clube mais popular do país. Se for prata da casa como Zico, melhor. Se não, que se procure. Há clubes com outras características, onde a presença do ídolo é relativa. Não para o Flamengo, que necessita de alguém que seja o elo entre a instituição e a Nação. Que seja o porta-bandeira, conduzindo o Manto sagrado e arrastando a multidão. O ídolo, num clube popular, é o clube em carne e osso.