Tudo errado

Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

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Após os episódios violentos deste final de semana em São Paulo, quando torcedores do Palmeiras tiveram enfrentamento com a polícia, e os do Corinthians entre eles mesmos, surgiu novamente a ideia de se adotar a torcida única toda vez que houver um clássico no futebol brasileiro. Isto me parece o caso de uma pessoa, com um determinado tipo de doença, que vai ao médico e este, antes de esgotar todas as possibilidades de tratamento, parte para o radicalismo recomendando a intervenção cirúrgica. Será que esgotamos todas as possibilidades no sentido de preservar uma das coisas mais lindas do futebol, que é o exercício democrático de torcer em um estádio? Isto sem falar na beleza do espetáculo, na cultura, no confronto dos cânticos, e até no desenvolvimento do jogo que, convenhamos, com uma só torcida é um, na normalidade das duas, outro completamente diferente. E muito mais emocionante.

Sei que a missão não é tão simples, mas ao mesmo tempo fica uma sensação clara de que, até agora, não houve um movimento nacional, firme e competente, para dar solução ao problema. Na realidade, o tema já foi até discutido demais. Muito papo e pouca ação. A hora é essa para evitar a medida drástica de se limitar a uma única torcida cada grande clássico do futebol brasileiro. É preciso agir, e agir o mais rápido possível.

Que os que comandam o futebol brasileiro não tenham medo de errar, pois o pior pecado é o da omissão. Se o que for implantado precisar de correção, que se corrija. Não se pode acertar tudo sempre. O importante é tentar. Que tal começar a agir? O futebol vai agradecer.

Claro que este é apenas o meu ponto de vista. Muitas vezes fico feliz em rolar a bola, isto é, provocar a discussão. Gostaria muito que cada um pudesse aqui dizer o que pensa a respeito deste tema polêmico. A pergunta é simples. Para evitar a violência nos estádios e nas suas imediações, a torcida única é a solução?