O último romântico

(Foto:  Bruno de Lima / Agência O Dia)

(Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia)

Após anunciar em entrevista coletiva que Léo Moura estava contratado 100%, isto é, contratado oficialmente, Eurico Miranda foi obrigado a comunicar que não era bem assim, atribuindo o “mico” à falta de palavra do jogador, afirmando ainda que, para ele a palavra é mais do que suficiente, é tudo e, como na noite anterior Léo Moura havia batido o martelo verbalmente, ficou à vontade para anunciar a contratação. Além da explicação, Eurico deu ênfase ao romantismo, afirmando acreditar ser ele o último romântico no mundo da bola.

Vejo tudo isso (sabendo que a maioria não vai concordar) de forma positiva. Ora, a escola que Eurico cursou como dirigente, ensinou, e ele aprendeu muito bem, que no futebol, como diria Castor de Andrade, vale o que está escrito. Se não está escrito, por melhor que sejam as intenções entre as partes, tudo, é nada. O que há de positivo neste erro crasso cometido por um presidente de clube? Simples e fácil de se notar. De positivo, fica a flagrante sensação de frescor, de vigor e uma enorme vontade de acertar, ante tamanha necessidade de seu clube em sair do buraco. Vi neste episódio o Eurico que conheci lá atrás, ele, vice-presidente de futebol do Vasco, e eu, repórter da Rádio Globo. O tempo passou. Ficamos mais velhos. Não sei se Eurico é o ultimo romântico, e até apostaria em poucos outros ainda em atividade, mas revi neste tema o Eurico no início da jornada vascaína.

Por mim, pelo romantismo, pela pureza de propósito, pela vontade em acertar, perdoadíssimo… Vida que segue…