Professor Isaías Tinoco

Isaías Tinoco (Reprodução do Twitter)

Isaías Tinoco (Reprodução do Twitter)

Certa vez, o extraordinário Tostão, tanto como jogador como colunista, em uma de suas crônicas, cujo título foi “Os Pelés”, foi de uma felicidade incrível não só no título da matéria, como também, em dividir um campo de futebol, elegendo os Pelés. O do gol, o do meio de campo, o da área, e por aí vai…

Apenas como detalhe, fiquei muito feliz pelo fato de pensarmos da mesma forma com relação a dois Pelés. O do meio de campo e o da grande área. Gérson e Romário foram os eleitos pelo grande Tostão, como os melhores de todos os tempos em suas respectivas funções. Perfeito! Dois gênios.

A estrutura de um departamento de futebol também tem os seus terrenos e funções específicas e, para dar certo, cada um na sua ou, cada um no seu quadrado. O presidente do clube, por exemplo, seria um misto de capitão e o homem da área, o que coloca a bola pra dentro. O vice de futebol ou o diretor executivo, terminologia tão em moda nos dias de hoje, seria o meio de campo, o pensador, o arquiteto, o que vê mais longe, que tudo domina e conhece. Há, também, e de uma importância maracaneana, o que organiza a estrutura do dia a dia, o que tem nas mãos os jogadores, o rei do vestiário. Aí, cheguei no ponto que queria. Em 2005, quando os matemáticos de plantão apontavam o Flamengo com 93% de possibilidade de cair para a segunda divisão, convocados por Márcio Braga, lá fomos Hélio Ferraz e eu, para uma missão que parecia suicídio para muitos e, que acabou sendo uma das maiores alegrias que tive na vida. O sentimento foi de ter ganho um campeonato dificílimo, sem ter levantado taça e ter dado volta olímpica. Ali, conheci de perto o Professor Isaías Tinoco. Como estávamos chegando e o tempo era curtíssimo, uma radiografia perfeita era fundamental para se tentar introduzir fatos que pudessem modificar aquele panorama. Professor Isaías Tinoco não poderia ter sido mais feliz, colocando para nós, com clareza, competência e transparência, o futebol do Flamengo nu em pelo e, graças a isso, pudemos agir, acertando quase tudo. Na organização, na programação, na relação com os jogadores, na liderança natural e na paixão pelo que faz, o nosso Professor Isaías poderia ser classificado perfeitamente como, numa estrutura de futebol, o Pelé do vestiário.

Isaías estava respondendo pelas divisões de base do Vasco. Hoje, assumiu o cargo de supervisor de futebol do Cruzeiro. Que bela contratação. O Pelé do vestiário, agora, está comendo queijo minas. Competência de quem o contratou, que pode estar certo de que a “cozinha” Cruzeirense estará sempre impecável.

Boa sorte, querido amigo.