Perigo à vista

Vasco x São Paulo disputado no Estádio Mané Garrincha em 08/07 - Mando de campo vendido pelo Vasco.

Vasco x São Paulo disputado no Estádio Mané Garrincha, em 08/07 – Mando de campo vendido pelo Vasco (Foto: Paulo Fernandes).

A notícia de que a diretoria do Figueirense, em nota oficial, rechaçou proposta de uma empresa que ofereceu um milhão e duzentos mil reais, líquidos, para abrir mão de jogar contra o Flamengo em Florianópolis, com o jogo indo para Brasília, bateu em mim, imediatamente, um sinal de alerta e, quero dividir este pensamento com vocês.

Vamos pegar o Vasco da Gama, que luta para não cair, como exemplo. Vocês concordam comigo que, cair para segunda divisão, além do prejuízo institucional, há um enorme prejuízo financeiro? Se concordam, não acham que valeria a pena, um investimentozinho que, pode até se transformar em lucro, e que venha tornar mais fácil a luta para permanecer na primeira divisão?

Vamos então traçar o roteiro do seguinte filme fictício: a diretoria do Vasco procuraria uma empresa especializada na promoção deste tipo de evento e, autorizaria, com totais garantias, esta empresa a procurar os dirigentes de Joinville, Coritiba, Palmeiras, São Paulo e Avaí, clubes que ainda receberão, pela tabela, o Vasco da Gama em suas respectivas cidades, propondo com grande vantagem financeira, a transferência de cada um destes jogos, para uma cidade com grande contingente de vascaínos. Brasília, por exemplo.

Convenhamos que, na luta contra o rebaixamento, transferir os jogos que seriam realizados na casa dos adversários para um campo “neutro”, é uma vantagem que não tem preço. E, isto, que pode prejudicar clubes que lutam também para não cair, sendo concorrentes diretos do Vasco, pode perfeitamente acontecer, e rigorosamente dentro da lei, com total respeito ao regulamento, que admite esta possibilidade, e que pode se transformar em jogada onde o aspecto ético estará distante.

Isto precisa ser repensado pela CBF, com urgência, visando o campeonato do ano que vem. Talvez, como medida intermediária, onde o aspecto financeiro e o ético possam conviver, admitir “as vendas” de mando de campo somente no primeiro turno do campeonato.

Fica a sugestão e, tomara que nada aconteça antes deste buraco ser tapado.