Perguntar não ofende

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Tudo bem que foi um bom jogo. Se tecnicamente, em alguns momentos, foi de lascar, em emoção ninguém pode reclamar. Um jogo em que o Vasco entrou em campo disposto a manter uma longa invencibilidade contra o Flamengo e, do nosso lado, um time disposto a quebrar esta incômoda freguesia.

Neste panorama, não se pode – para ser justo – reclamar de falta de empenho, de entrega, enfim, de comprometimento com a causa…

O que me espanta profundamente e, chamo a atenção de todos para isto, é que os dirigentes do Vasco, com mil problemas e recursos pertinentes a quem vai disputar a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, montaram um time que, mais uma vez, joga de igual para igual com o Flamengo, cujo investimento para a montagem do time deve ter custado, no mínimo, dez vezes mais do que o seu tradicional rival.

Das duas, uma. Ou os dirigentes do Vasco são realmente competentes a ponto de, com quase nada, com parcos recursos, operarem o milagre na montagem de um time de respeito, ou, do outro lado, a infelicidade nas contratações foi a tônica.

Ganhar ou perder, no futebol, é relativo. Agora, um jogo em cima do outro, contra um adversário que investiu dez vezes menos e, a igualdade é flagrante, é de doer…

E, a exemplo da Seleção Brasileira, que ultrapassado um terço das eliminatórias está num incômodo sexto lugar e, com isso, momentaneamente fora da próxima Copa do Mundo, o Flamengo, com mais da metade do Campeonato Carioca disputado, também em sexto, está momentaneamente fora da disputa final do campeonato.

A favor da Seleção o fato de que o quinto colocado pode disputar a repescagem. No Campeonato Carioca, o quinto colocado estará eliminado.

Enfim, uma questão para ser avaliada. Como pode o Flamengo com investimento tão maior, sistematicamente fazer jogo duro com quem, com muita dificuldade, montou um time para disputar a segunda divisão do Campeonato Brasileiro?