Malhar em ferro frio

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Com certeza, você já ouviu isso alguma vez na vida. O que quer dizer? Simples. Não adianta insistir quando solução não há. Perda de tempo…  Enfim, é exatamente o que está acontecendo no Flamengo. Situações mais do que claras de que jamais terminarão bem e, apesar de todos saberem, não se assume a necessidade de mudança.

Há quanto tempo todos aqui neste blog já concluíram que a zaga que jogou ontem não tem a mínima afinidade com o Manto Sagrado? Isto, é MALHAR EM FERRO FRIO. Insistir no que todos já viram que não dá.

Já comentei aqui, e repito, que esta diretoria, do presidente ao diretor da bocha, é composta por pessoas corretíssimas, bem-intencionadas e, em sua brutal maioria, muito competentes. No futebol, nenhum reparo aos que lá estão, não só com relação ao que obrigatório seja, no caso a correção extrema de propósitos, embora nos dias de hoje, isto possa ser encarado como virtude e, também, com respeito ao conhecimento de causa. O presidente Eduardo já está no seu quarto ano, Plínio tem experiência de causar inveja, e Godinho sempre demonstrou intimidade com a matéria. Esta diretoria – amadora por estatuto – é, em síntese, a responsável pelo futebol. A caneta está com ela, portanto, cabe a ela tocar o barco.

O que quero dizer? Que até o respeito profissional tem limite. Se Muricy recomenda a renovação de contrato de algum jogador que sabemos todos que não dá, basta não renovar. Sem alarde, sem tumulto, sem briga. Com sutileza…

Treinador também erra. Aí é que entra a sintonia fina entre diretoria e comando técnico. Quando há esta sintonia, tudo se resolve. Quando não há, tragédia anunciada.

Compete ao treinador desenvolver o seu trabalho em função do material humano que a diretoria do clube coloca à disposição dele. O comando técnico é do treinador. A filosofia, da diretoria. Se a direção do clube entender que a convivência profissional de determinado jogador não casa de forma esmagadora com a torcida, é só dizer ao treinador que não conte mais com este jogador. Ponto! Se o treinador não concordar, tentar explicar a ele a cultura do clube. Se mesmo assim ele não concordar, que siga a vida em outro lugar…

Muitos dirigentes pecam pelo pudor em não interferir. Ficam sem jeito de dizer ao treinador o que ele precisa ouvir. Agora, a interferência é necessária em função de tudo que temos visto.

Já dizia Domingos Bosco que jogador ruim tem que ir embora, pois se fica, acaba jogando. Se a “limpa” tivesse sido feita, a escalação do Flamengo no jogo de ontem teria sido completamente diferente, com um time muito melhor, e não passaríamos o ridículo que passamos.

O momento requer ação, doa a quem doer. Vou mais longe. Se uma reciclagem no elenco for feita imediatamente, mesmo que ninguém seja contratado, já haverá uma melhora super acentuada.

As pessoas que lá estão no comando do futebol são confiáveis. Só precisam deixar a timidez em casa. Timidez não casa com o Flamengo.

Vamos agir?