Respondendo

Flavio Godinho e Plínio Serpa Pinto.

Flavio Godinho e Plínio Serpa Pinto.

O amável companheiro RODRIGO DI NAPOLI, talvez pelo delicado e sofrido momento que estamos vivendo, me dá um “puxão de orelha”, pois, para ele, como ex-presidente, também tenho demonstrado timidez em momento que requer ação.

Rodrigo, amigo, primeiro obrigado pelo carinho e confiança. Ao contrário do que você imagina, tenho falado com quem de direito nos momentos necessários, como este agora.

Tudo o que penso disse para o vice de futebol, Flávio Godinho e para o meu irmão de vida, Plínio Serpa Pinto.

Entenda que este é o meu limite como ex-presidente do clube. Os dois me atenderam com toda fidalguia possível e, pacientemente, ouviram as minhas ponderações. Ao contrário do que ocorre aqui no blog, onde por responsabilidade, respeito e educação, as palavras devem ser medidas, tive chance de colocar para duas pessoas a quem admiro, e por elas torço, tudo que, na minha opinião, claro, elas precisavam ouvir.

Agora, a bola está com eles. A minha esperança é grande no sentido de que comecem a entender que a responsabilidade de quem comanda o futebol do Flamengo é intransferível.

A “modernidade” defendida por boa parte da mídia, que entende que os “profissionais”, rubro-negros ou não – mas “profissionais” – devem responder por tudo, tem em mim um ferrenho opositor. A história retumbante e vitoriosa, pra lá de centenária do Flamengo, foi construída por rubro-negros de verdade, enlouquecidos por esta paixão que é o Flamengo. Sim, é isto mesmo.

Quem sabe da vida do Flamengo, o que é melhor para o Flamengo e sua torcida, é quem tem sangue rubro-negro, é o tão combatido “dirigente amador”. E sabe por que, amador? Pelo simples fato de não ser remunerado. Um monte de dirigentes amadores que conheci, no Flamengo e em outros clubes, colocam no chinelo os “profissionais” de hoje em, criatividade, talento, conhecimento e entrega total.

Quem comanda o futebol do Flamengo tem que ter o domínio de tudo, ser informado de tudo e entender que – ali – a responsabilidade é dele.

Quando a coisa vai mal, o treinador se arranca para outro clube, os “profissionais” idem, e por aí vai… Quem não muda, de casa e de paixão, é o dirigente amador que, em sua grande maioria, está ali única e exclusivamente por amor à causa.

Portanto, sem essa de se contratar, negociar, escalar e, tudo que termine em “ar”, sem que quem comanda respire o ar puro do conhecimento e, nos seus mínimos detalhes.

Ia contar um caso que serviria perfeitamente como exemplo, mas desisto, pois, pode soar cabotino. Aliás, vou contar um caso ameno que serve como exemplo. Tinha acabado de acertar com um treinador, aí perguntei como gostava de trabalhar, se havia algo importante que eu precisasse saber. Disse o treinador que nas preleções antes dos jogos deveriam estar, somente, ele e os jogadores. Disse que não havia entendido bem e pedi que repetisse a colocação, o que foi feito. Olhei pra ele e disse: “você, os jogadores e, EU! …  Até porque, como vou avaliar o seu trabalho sem estar presente?” Ali ele entendeu que havia comando, que haveria cobrança…  Topou, e não deve ter se arrependido, pois juntos, ganhamos muito.

Enfim, quem comanda o futebol não pode ter timidez, nem vergonha de nada, e todos no departamento, do “diretor profissional” ao treinador, passando claro pelos jogadores, têm que saber que ali há alguém que comanda, que manda, que estabelece a filosofia e, que exige RESULTADO.

É isso aí…