O maior erro dos “professores”

(Foto: Evaristo Sá / AFP)

(Foto: Evaristo Sá / AFP)

Impressionante como a mídia exerce influência na cabeça dos treinadores. O momento é de comoção nacional pelo jogo ofensivo e, isto não vem de hoje.

Lembro que em 1994, como Raí acabou não vingando, Carlos Alberto Parreira sacou Mazinho da cartola, congestionou o meio de campo, e na frente, Romário (principalmente) e Bebeto resolveram o problema. O que quero dizer é que não há esquema perfeito. Há sim, esquemas equivocados. O treinador que tem um mínimo de sensibilidade, embora possa ter a sua predileção por uma determinada forma de jogar, monta o seu time em função do material humano que dispõe. Exemplo: o treinador que adora um 4-3-1-2, só pode aplicar esta estratégia se tiver à disposição um bom “enganche”, como chamam os argentinos. Para nós, o homem de ligação, tipo Zico, tipo Messi. Não havendo no elenco alguém com esta característica, que outra opção seja encontrada, pois é impossível tirar água de pedra…

Agora, o maior erro dos “professores” é o de achar que, quanto mais atacantes colocar, mais o time será ofensivo. Enorme equívoco. Ontem mesmo, o treinador da seleção brasileira cometeu este erro. Aliás, a meu conceito, já começou errado, com três atacantes.

O Barcelona acaba fazendo enorme confusão na cabeça dos treinadores que imaginam jogar o time espanhol com três atacantes. Lá, são dois: Neymar e Luizito. Messi é o enganche, o homem de ligação. Só que, como gênio, acaba sendo tudo. O problema é que só há um Messi…

Aí a nossa seleção entra em campo com três atacantes e a consequência é a fragilização do meio campo, local onde os jogos são decididos.

Por favor, façam um rápido exercício sobre os grandes times do planeta em todos os tempos e, tentem encontrar algum que não tivesse um meio de campo consistente.

Alguns treinadores, injustamente, ficaram marcados como retranqueiros, exatamente por pensar desta forma. Foram chamados de retranqueiros, mas foram vencedores. Há um monte de exemplos…

Enfim, que o nosso “professor” da amarelinha acorde e, entenda que não é pelo fato de ter mais atacantes que o seu time vai ser mais ofensivo. O que o “professor” precisa entender – e rápido – é que quarta-feira ele tem que ganhar da Dinamarca, se não, a vaca vai pro brejo com uma penca de atacantes…