Vôlei ou circo?

(Foto: André Durão / Globoesporte.com / Nopp)

(Foto: André Durão / Globoesporte.com / Nopp)

Amigos queridos,

Madrugada de quarta-feira. Acabo de enviar mensagem que será lida pelo Renato Augusto quando acordar.

Contei na mensagem o que testemunhei no Maracanãzinho. Mais uma vez fica provado – e que sirva de exemplo para o nosso time de futebol no jogo de hoje – que não existe jogo mole. Ninguém ganha de véspera.

O primeiro tempo das meninas do vôlei do Brasil foi avassalador. Aí, começou um circo. Agora nos jogos de vôlei, há um animador e um DJ.

Com certeza absoluta, as jogadoras da seleção brasileira, no embalo de um primeiro set espetacular, e na onda do animador e do DJ, acharam que o jogo estava ganho e passaram a curtir a festa…

Esqueceram que do outro lado da quadra havia um time adversário que não estava nem aí para o circo montado. O que as chinesas queriam era jogar e tentar ganhar. As brasileiras sambaram e as meninas dos olhinhos puxados, jogaram e depois comemoraram.

Com todo respeito à modernidade, está insuportável se ver ao vivo um jogo de vôlei. A concentração, tão importante para qualquer atleta, é humanamente impossível. Sorte das chinesas que nada entendiam do festival do oba-oba. Saíram apenas, como todos que lá estiveram, com os tímpanos em petição de miséria, mas com um enorme sorriso, consequência, acima de tudo, da seriedade com que jogaram.

Na praia, ocorreu o inverso. A dupla americana, franca favorita, foi atropelada pela humildade – com talento – da dupla brasileira. Que fique a lição. Vôlei não é circo e, jogo mole não existe.

Boa sorte para os nossos meninos do futebol.