Balanço Rubro-Negro

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Há, como na contabilidade, várias formas de se analisar um balanço. O mais simples, com o lápis atrás da orelha e um pedaço de papel qualquer. O ano de 2016, definitivamente, para quem é Flamengo, não foi positivo, afinal, como a análise é crua e, como nenhum título foi conquistado, balanço ruim.

A outra forma de se avaliar o balanço, mesmo que negativo a grosso modo, é projetar o que ocorreu em 2016, visando o ano que vem. Aí, é procurar o que houve de positivo e, a partir daí, começar a traçar os planos para a próxima temporada.

Dentro desta premissa, não nos cabe outra alternativa, qual não seja esquecer tudo que aconteceu no ano, com exceção do campeonato brasileiro. Durante esta competição ajeitamos o sistema defensivo, principalmente a zaga de área e, a contratação de Diego representou o mínimo necessário de qualidade para uma campanha digna.

Bom não esquecer que, se levarmos em conta a temporada cigana, onde o time jogava dia sim e, dia também, de visitante, pelo fato de não ter um estádio à disposição na cidade do Rio de Janeiro, convenhamos que a terceira colocação, com o mesmo número de pontos do vice-campeão, não pode ser considerada ruim em hipótese alguma.

Claro que não faltará quem argumente nos comentários que o Flamengo nasceu para ser campeão e não para se conformar com uma terceira colocação. Isto, filosoficamente, está correto, porém, dentro de um pragmatismo razoável, ante situação tão adversa, não tenho nenhuma dúvida em afirmar que a terceira colocação foi quase um milagre…

E de positivo, o que levamos para 2017? Uma base! Sim, hoje temos uma base bem razoável. Diria mesmo, que só mais uns três ou quatro clubes têm igual. Esta base é o ponto de partida para que nunca mais soframos com a possibilidade de brigar na turma de baixo num campeonato por pontos corridos.

Hoje, temos do goleiro ao lateral esquerdo, uma formação de respeito. Temos um meio campo combativo, porém não suficientemente criativo para brigar, permanentemente, por títulos importantes. Daí para frente, a certeza de que temos no ataque um bom centroavante. E, ponto!

Ia esquecendo de dizer – e acho ser um fator positivo – a razoável qualidade do elenco como um todo, o que possibilita a formação de um bom banco de reservas.

Já disse isto aqui e, repito: se a diretoria conseguir um craque na criação para ajudar Diego, e dois bons atacantes, o Flamengo vai disputar todos os títulos. Pode ser que muitos não concordem, mas acho que, dentro da realidade do futebol brasileiro, conseguimos formar uma boa base. O elenco é de razoável para bom. Diria mesmo, mais para bom do que para razoável.

Fora das quatro linhas, como é vivenciando que se aprende, esta diretoria vai entrar em 2017 bem mais madura e, com a noção mais exata dos anseios de quem é rubro-negro apaixonado. E, mais do que isso: ter a certeza de que no Flamengo o imperdoável é o futebol não ser vencedor.

Não como um otimista de plantão, que reconheço ser, mas como quem procura projetar o futuro pelo passado recente, confesso que tenho enorme esperança, quase certeza, de que 2017 será um ano uniformizado de vermelho e preto e, com sede na Gávea, bairro nobre da linda cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.