Quando há talento e a cabeça é boa, o resto é resto…

( Fernando Maia/AGÊNCIA O GLOBO)

Em primeiro lugar, agradecer aos queridos companheiros deste espetacular GLOBOESPORTE.COM, que rolaram a bola para um mundo de gente, bola esta levantada aqui no blog, em que o tema central foi o aproveitamento imediato de Vinícius Junior entre os profissionais do Flamengo.

Ontem, citei a opinião de Telê que, em síntese, ignora a idade, desde que haja, primeiro, talento além da conta e, claro, que a cabeça seja boa.

O exemplo que mencionei ontem foi o de Júlio César. Hoje, até por uma questão de justiça e, até mesmo para demonstrar coerência nas minhas opiniões, atitudes e decisões, cito mais um caso e, de coração, na esperança de que as cabeças pensantes do futebol do Flamengo se entusiasmem com estas lembranças e puxem Vinicius Jr definitivamente para a categoria profissional.

O exemplo de hoje vai entrar em campo amanhã, vestindo a camisa número oito da Seleção Brasileira.

Não faz muito tempo, era hábito nos campeonatos estaduais as preliminares serem o mesmo jogo, só que pela categoria de juniores e, como vice-presidente de futebol, adquiri o hábito de ir sistematicamente mais cedo a todos os estádios para ver nossa garotada jogando a preliminar. Lembro, como se fosse hoje, de um domingo em Friburgo. O que mais me impressionou, de tudo que vi nos dois jogos, foi o número 10 do Flamengo, do time de juniores.

A partir daquele dia mais ainda me interessei em acompanhar os jogos da meninada e, a cada dia, mais forte ficava em mim a certeza de que Renato Augusto daria um grande jogador.

Como acredito na eficácia do relacionamento humano, procurei me aprofundar na relação e, encontrei um menino de ouro, bom de bola, de cabeça e de alma.

Em 2006, Deus sabe como, pois vivíamos num mar de dificuldades, nos classificamos para a final da Copa do Brasil e, contra o Vasco.

Houve uma interrupção entre a semifinal e a final. A Copa do Mundo nos deu tempo de armar o time com um novo treinador. Ney Franco fora contratado e, sua primeira missão era uma excursão ao nordeste. Na sala do professor Isaias Tinoco, perguntei ao Ney, ainda pouco familiarizado com o elenco, quantos e quais jogadores ele levaria. Ele me disse que pensava em viajar com 20 jogadores e me mostrou a relação. Com toda delicadeza do mundo, sugeri que ele levasse os 20 e mais um. Um menino.

Ney concordou, e lá se foi o menino Renato Augusto para a tal excursão, de onde voltou titular. Foi campeão da Copa do Brasil, e amanhã, onze anos depois, entra em campo com a amarelinha…

Como Júlio César, Renato Augusto também sempre foi diferenciado, muito acima da média. Exceção, pelo talento…

O filme, em vermelho e preto está de novo no telão, e hoje, o protagonista, o ator principal, tem só 16 aninhos, mas futebol de gente grande e, cabecinha boa.

VINÍCIUS JR, JÁ!!!!