Desfalque com “D” maiúsculo

(Foto: Celso Pupo / Fotoarena)

Já contei isto aqui, mas vale a pena repetir, pois o tema nunca foi tão atual.

Na minha época de repórter, havia um jogo muito importante e, eis que um jogador de meio campo, titular absoluto, aparece com um problema muscular.

Passei a semana inteira preocupado com o possível desfalque e, na véspera da partida, Domingo Bosco, que até psicólogo era, notando minha ansiedade, quis saber o motivo de estar com fisionomia visivelmente preocupada. Disse a ele que estava preocupado com o jogo e, mais ainda, pela possível ausência do tal jogador. Bosco, como sempre pragmático, disse que eu não perdesse o meu sono, pois o Flamengo só entraria desfalcado se o Zico não jogasse…

Não dou o nome do jogador – que acabou não atuando – por uma questão de respeito. Bosco tinha razão, pois o jogo foi uma barbada, e Zico decidiu, jogando uma barbaridade.

Não sei se vocês já chegaram ao ponto, provavelmente, sim. Diego, está para este time não a mesma coisa que Zico representava para aquele time na fase mais vitoriosa da história rubro-negra. Claro que, por sua genialidade, Zico é incomparável, mas que tira o sono saber que o único inquestionável talento do time não vai jogar uma partida decisiva, acho que ninguém vai discutir. Ou vai?