Dúvidas e polêmicas em vermelho e preto

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

. Começo pelo tema levantado pelo querido companheiro HENRIQUE. Como sempre, com belo e objetivo texto, o nosso Henrique detona o Campeonato Carioca, que considera ele ultrapassado e, consequentemente, de importância relativa. Viajando mais um pouco no raciocínio do Henrique, fica claro que, para ele, o importante é ganhar nesta quarta-feira e, domingo, o que vier de resultado não vai alterar muita coisa.

Neste caso, há a dúvida e, o tema é polêmico. Henrique, pela foto, é jovem, e talvez isto tenha um peso significativo na análise feita por ele, dando pouca importância ao Campeonato Carioca e supervalorizando a Copa Libertadores. Com certeza, para os mais velhos, que tantas emoções já viveram proporcionadas por espetaculares campeonatos estaduais, a distância em importância não é tão grande, embora, obviamente, não há como negar que a Libertadores seja o sonho máximo de consumo de qualquer torcedor, rubro-negro ou não.

Entendo que haja um ponto de equilíbrio para definir o tema da melhor forma possível. E, que melhor prova posso dar, do que convidando os amigos a darem uma olhadinha em um post anterior (ler aqui), quando afirmo que, se treinador fosse, colocaria contra o Fluminense, no primeiro jogo da decisão, todos os jogadores que estivessem 100%. Qualquer um, com um mínimo de problema, pouparia. Inclusive, afirmei que Éverton, pela importância que tem para o time, deveria ser poupado, pois voltava de contusão preocupante. Portanto, penso igual, só que de forma não tão radical, até porque, tenho no coração marcas profundas, mais felizes do que tristes, de campeonatos estaduais inesquecíveis, onde a rivalidade é inigualável. Ainda bem que temos este doce problema. Sinal de que estamos vivos nas duas competições. Como dizem os argentinos, “¿Me explico?”


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

. Como saboreio todos os comentários, viajo e aprendo com eles, achei algo muito interessante. Metade dos companheiros consegue ver qualidade em Mancuello, enquanto que a outra metade, abomina o argentino. Como hoje estou, mais do que nunca, com o espírito conciliador, vou ficar entre as duas metades e, explico. Quem abomina Mancuello, com afirmativas de que é um jogador frio, que não suporta um jogo inteiro, já que tem fragilidade física, talvez pense assim pelo fato de ter esperado mais do que o jogador pode oferecer. Quando contratado, o argentino chegou como solução para a nossa deficiência de criação e, realmente, se foi contratado com esta intenção, compramos gato por lebre…

Vencido o trauma de não ser ele um talento capaz de desequilibrar, ante as circunstâncias, como ocorreu no domingo passado, até que deu para o gasto e, se o raciocínio for o de começar a ver Mancuello como um jogador para compor o elenco, aí convenhamos, ele não é tão feio assim.  “¿Me explico?”


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

. E o Rafael Vaz, hein? Já imaginaram se no Fla-Flu de domingo a pixotada do tricolor Renato Chaves, que redundou no nosso gol da vitória, tivesse sido cometida pelo Rafael Vaz? Aí está o exemplo claro da importância e, de como é diferente jogar pelo Flamengo. Se o erro bisonho tivesse sido cometido pelo zagueiro rubro-negro, não poderia ele sair de casa, no mínimo, durante um ano…

A verdade é que o nosso nível de exigência é realmente muito maior, o que implica para o jogador em uma responsabilidade infinitamente superior. Não parece incrível que sequer seja comentado pelo torcedor tricolor a furada grosseira do zagueiro? Lá, não é como aqui, onde a banda toca de maneira completamente diferente.

Comento o fato desta forma, relembrando o episódio de domingo, para dizer que descobri uma nova qualidade em Rafael Vaz. Personalidade! Mesmo sabedor de que não é uma unanimidade entre os torcedores rubro-negros, num jogo dificílimo, jogou como um verdadeiro príncipe, sendo perfeito por baixo, no jogo aéreo e nas saídas de bola. Pode ser que eu esteja errado, até porque, como ser humano, sou falível, mas como gosto de arriscar e não sou de ficar em cima do muro, me passa a sensação de que neste Fla-Flu que passou ganhamos definitivamente um muito bom zagueiro.


(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

. E o Muralha, hein? Repararam como é inteligente e sensível o treinador da Seleção Brasileira? Tite, ao final do jogo, ao elogiar Muralha, de certa forma livrou a sua própria pele, pois já houve quem o tivesse criticado pelo fato de ter convocado o nosso goleiro. Muralha, que também não é unanimidade no mundo vermelho e preto, tem um defeito grave, que é sair mal do gol – e carrega o estigma de que não pega pênalti. No mais, nada deve a quase todos os goleiros em atividade no Brasil.

Esta é minha fotografia do nosso goleiro. Se vai se firmar ou não, vai depender diretamente do que vai acontecer nos próximos jogos. De qualquer forma, seja para ser o camisa 1, ou o camisa 12, o Flamengo precisa, com urgência, contratar um goleiro. Muito em breve, não tenho nenhuma dúvida, o número da camisa estará definido para a futura próxima contratação, pois nestes próximos jogos, Muralha irá sinalizar, através de suas atuações, que tipo de goleiro os dirigentes devem contratar.