Sugestão para Zé Ricardo e a loucura das camisas

O meu querido amigo Fernando Versiani enviou por WhatsApp a seguinte sugestão e, muito bem fundamentada, para o nosso treinador Zé Ricardo:

“Que tal amanhã o Zé Ricardo ousar um pouco e jogar com um volante só, colocando Éverton Ribeiro e Diego no meio, e na frente Geuvânio, Guerrero e Éverton? O Coritiba, sem o Gladiador, é praticamente inofensivo. Tomou de quatro da Ponte Preta. Amanhã tem que ganhar fazendo saldo de gols.”

Mesmo sem Diego, que será poupado, a proposta continua sendo válida, pois o que importa é a filosofia do jogo. Ousadia em demasia ou, ousadia pertinente? Eu gostei. E vocês?


Outro dia, na Ilha do Urubu, o Flamengo, como mandante, disputou uma partida oficial – Campeonato Brasileiro – sem o uniforme rubro-negro.

Não bastasse isso, utilizou o uniforme número dois – aquele da listra vertical – e, sobre isso quero contar um depoimento do presidente do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia.

Num papo informal, me disse ele que foi tarefa difícil dissociar a imagem do Flamengo, pois a camisa do Atlético era rigorosamente igual à nossa. Não só o uniforme rubro-negro, como também o número dois. A solução encontrada para FUGIR DO FLAMENGO foi transformar as listras horizontais, em verticais. E assim tem sido até hoje.

Agora, o Flamengo que tem como marca registrada as listras horizontais, aparece com o uniforme número dois com a listra vertical.

Caramba, como se muda uma marca registrada e consagrada? E não é que o Flamengo deixou de ser Flamengo para ser Atlético Paranaense, que luta até hoje para não ser confundido com o Flamengo…

Agora vem como terceiro uniforme a camisa amarela. Tudo isto começou na década de 90, quando a Umbro fez uma pesquisa exclusivamente com torcedores rubro-negros, que elegeram o azul como cor favorita.

Em função da pesquisa, a Umbro lançou o terceiro uniforme, que tinha o azul como base, porém, sem deixar o vermelho e preto de fora. A camisa ficou linda, registrando o recorde de vendas da empresa inglesa no nosso continente. O problema é que o produto foi colocado no mercado sem a aprovação do Conselho Deliberativo que, quando convocado, reprovou a camisa, pois passava ao largo da nossa tradição e das nossas cores. Vejam bem. O azul era a base e, tudo em cima do azul era vermelho e preto. E, mais: o Conselho Deliberativo daquela época só permitiu a utilização do terceiro uniforme em jogos festivos. Jamais em jogos oficiais.

Agora, vem o amarelo, sem nada de rubro-negro e, podendo ser utilizado em qualquer competição, inclusive em jogos oficiais.

Com todo respeito ao modernismo e, à vontade estou, pois adoro o novo, acho que estamos passando do ponto. Não pode haver fato novo, por mais bonito que seja, por mais resultado financeiro que proporcione, que agrida a tradição.

Além disso, há uma enorme contradição. No exato momento em que o Flamengo entende que deva invadir o mundo, se fazendo conhecer, provocando novas paixões em continentes nunca antes atingidos pelo carisma do rubro-negro horizontal, jogar de amarelo é de uma falta de visão Maracaneana

Com todo respeito…