Fator sorte

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

No aeroporto, em Belo Horizonte, verdadeiras procissões de camisas rubro-negras rumando para os mais variados pontos do país e, volta e meia, lá vinha alguém pra lamentar e desabafar.

De muitos, ouvi que o nosso presidente não tem sorte e, a todos contestei, pois não se deve atribuir ao fator sorte o que, de fato e de direito, deve ser imputado a um trabalho equivocado.

Vamos começar? Há quanto tempo estamos aqui falando que o Flamengo deveria contratar um baita goleiro? Demoraram tanto que extrapolou o prazo de inscrição para a Copa do Brasil.

Resultado: perdemos o jogo de 180 minutos em função de uma falha grosseira de um goleiro nos primeiros 90 minutos e, ficamos entregues a outro goleiro para a decisão por pênaltis, goleiro este que, em 31 penalidades só conseguiu pegar uma.

Isto tudo nada tem a ver com sorte ou azar. Isto é resultado de falta de planejamento, somada a enorme falta de sensibilidade.

Falamos de um erro por falta de ação. Agora, vamos falar do erro por ação equivocada. Como é que se contrata um treinador estrangeiro na fase aguda da temporada? Isto vale para Rueda, como valeria para Zidane ou Pepe Guardiola. Qualquer um deles chegaria pegando o bonde andando, sem conhecer nada de Flamengo, do Flamengo e dos adversários do Flamengo.

A irresponsabilidade foi dupla. Do clube em contratar, e do profissional em aceitar. Citei aqui Zidane e Guardiola, embora tenha a certeza de que, se convidados fossem, teriam aconselhado nossa diretoria a desistir de tamanha loucura. O problema é que Rueda não é Zidane, e muito menos Guardiola.

O jogo de ontem estava desenhado e, pelo que aqui já foi colocado, ir para os pênaltis era como ir para a guilhotina. Portanto, era vencer ou, vencer. E, na necessidade de ganhar o jogo, os coringas apresentados pelo treinador foram Paquetá e Rodinei na ponta direita. Dose, para 800 elefantes…

Fechadinho, como jogou o Cruzeiro, só com alguém habilidoso para desarrumar o sistema defensivo azul. O Real Madrid paga 45 milhões de euros por Vinícius Júnior e o nosso Rueda vai de Paquetá e Rodinei.

O que tem o fator sorte a ver com tantos equívocos em tão pouco tempo?