Garotada Rubro-Negra

Flamengo 1 x 0 Cabofriense – 21/01/2018 (Fotos: Gilvan de Souza / Flamengo)

Antes de falar sobre o nosso segundo jogo pelo Campeonato Carioca, gostaria de fazer duas colocações que me vieram à cabeça vendo esta partida.

A primeira foi em função do primeiro tempo, muito ruim, do volante Jonas. Lembrei do notável Gérson, o nosso “Canhotinha de Ouro” que, com enorme sabedoria, dizia sempre que quando o jogador sente que nada dá certo, a única solução é simplificar ao máximo, não arriscando nada.

Aí, a confiança vai retornando e a normalidade estará de volta. Jonas, fez exatamente o contrário, querendo se recuperar do erro anterior com uma jogada de efeito e, cada vez errava mais, a ponto de irritar os torcedores que começaram a pegar no pé do nosso personagem.

O segundo detalhe, é um equívoco que vem sendo cometido ao longo do tempo, não só no Flamengo, como em muitos clubes. Em 1995 ou 1996, um ou outro, ficamos sem goleiro e a
solução foi recorrer às categorias de base.

No time de juniores o titular era Marcelo Leite, um bom goleiro, normal. Nos juvenis, havia um gênio do gol, Júlio César. Quem foi guindado ao time principal foi Júlio César, após muita discussão, pois houve quem defendesse a tese de que deveria ser Marcelo Leite o escolhido por ser mais velho.

O erro já existia na base, pois se um jogador é um gênio, embora mais jovem, deveria ser o titular da principal categoria entre os meninos. O titular dos juniores já deveria ser Júlio César que, pela idade, jogava no time juvenil. Só que “na hora da onça beber água”, o que vale é o talento.

Por que motivo toco neste assunto? Por estar concluindo, vendo os garotos em ação, que há casos parecidos, atualmente, com o que acabo de mencionar.

Entre os goleiros, sinto mais firmeza no mais jovem, que é Iago. Na zaga, embora mais jovem, Patrick, lembrando Aldair, dá pinta de que será entre todos, o que irá mais longe.

No meio, o capitão do time da Copinha, Hugo Moura, me chama mais a atenção do que outros mais velhos e, no ataque, apesar de mais novo, este BILL é o Vinícius Júnior pela direita… melhor do que qualquer outro jovem atacante.

Quanto ao jogo, o melhor de tudo, aliás, como era esperado, foi Vinícius Júnior. Todas os lances de perigo no primeiro tempo tiveram o carimbo dele. No gol, iniciou e finalizou a jogada.

Talento, rapidez e precisão. Com 17 anos, Vinícius Júnior está pronto. Tomara que Carpegiani tenha a coragem que o senhor Rueda não teve. Craque, não precisa esperar…

Mesmo sem ter brilhado, este elegante Jean Lucas dá pinta de que está fazendo vestibular para craque…

De um modo geral, a garotada, mais uma vez, deu o recado, demonstrando que, em algumas oportunidades, a solução para o time principal passa longe de uma contratação duvidosa. Está em casa…


A notícia triste foi o falecimento de Cézar Rizzo, querido companheiro de inúmeras jornadas na Rádio Tupi. Cézar, muito talentoso, era um narrador que reunia um pouco do melhor de cada grande narrador, por isso, era chamado de “Saladinha”…

Cézar Rizzo era rubro-negro e, nas nossas peladas, por ser muito alto e forte, era o nosso goleiro. Segundo Gérson, o “Canhota”, Cézar, como goleiro era um baita narrador…

Descanse em paz, querido amigo. Você escreveu e, muitíssimo bem, a sua página na história do rádio.