Meio estranho

Júlio César, Carpegiani e Adílio (Fotos: Gilvan de Souza / Flamengo)

A coletiva de Paulo César Carpegiani transcorreu dentro do que se esperava, afinal, o Flamengo não é um fato novo para ele e, a recíproca é verdadeira.

De positivo – e acho que no futuro pode render bons frutos – as presenças de ilustres figuras rubro-negras, como Adílio e Júlio César, ex-companheiros de Carpegiani na mais gloriosa jornada do futebol rubro-negro, afinal, a presença do ídolo sempre é positiva.

Quando digo que no futuro poderá render bons frutos, me refiro à possibilidade de, pela amizade, Zico poder contribuir de alguma forma, mesmo que seja apenas opinando. Prefiro mil vezes Zico dizendo o que pensa para o treinador do Flamengo, do que saber a opinião dele através de uma ou outra matéria de rádio ou jornal. Para o Flamengo será muitíssimo melhor, pois ignorar a capacidade de Zico analisando futebol e, muito mais ainda, o futebol do Flamengo, é como jogar dinheiro fora…

O que realmente me intrigou foi a fala de Carpegiani, dando conta de que, podendo ser até muito em breve, pode ele indicar – ou participar – da escolha do futuro treinador do Flamengo. Como o tema gerou entre os coleguinhas enorme curiosidade, o presidente Eduardo se apressou em dizer que isto era coisa para o futuro, que Carpegiani era o treinador e, ponto final.

Apesar da oportuna intervenção do presidente, tentando esvaziar o assunto que naquele momento não lhe interessava, a pulga ficou atrás da orelha de todos. Não quero aqui me precipitar fazendo uma análise do fato por ter quase a certeza de que já há um plano definido e, só não é colocado em prática neste momento pelo fato de uma das peças, no caso o treinador, por algum motivo importante, não poder desembarcar na Gávea.

Ora, se Carpegiani já havia decidido dar uma guinada em sua carreira abandonando as quatro linhas para ser coordenador, se o Flamengo já havia se convencido de que Carpegiani tinha todos os atributos para a função, inclusive o tendo convidado formalmente, a guinada – ou melhor, a marcha à ré – de coordenador para treinador, só tem uma explicação. Há um nome definido em que todos acreditam, só que não pode assumir agora. Para não abrir mão de algo que estão convencidos, os dirigentes convenceram Carpegiani a segurar o barco enquanto o comandante não vem.

E quem seria? Renato Gaúcho? Se for, com Rodrigo Caetano, Carpegiani e Renato, o Flamengo adota definitivamente a bombacha e o chimarrão…

Nada contra, apenas uma constatação curiosa.