PP no Vasco…

(Foto: Fla Imagem)

Conheci Paulo Pelaipe à época em que era eu vice-presidente de futebol do Flamengo, e ele do Grêmio. Um sorteio, em Assunção, na sede da Conmebol, para a disputa da Taça Libertadores, nos aproximou e, ali, nasceu uma amizade que muito prezo, pois PP – para os mais íntimos – é de fato uma figura humana especial, com profundo conhecimento de causa sobre o nosso tema central, que é o futebol.

Até hoje, de forma equivocada, há quem afirme que eu o levei para o Flamengo, quando na realidade, após sondar o mercado dos executivos da bola, os dirigentes rubro-negros que comandavam o futebol à época, optaram por ele.

Como resolveu abraçar definitivamente a profissão de executivo de futebol, como poderia ele recusar o convite de um dos maiores clubes brasileiros? Sei que muitas pessoas ligadas a ele tentaram desencorajá-lo a assumir o futebol do Vasco, com o argumento de que, no momento, a briga em São Januário será para não cair.

Aí, me vem à cabeça, o convite feito pelo meu amigo Marcio Braga, para que eu e Hélio Ferraz assumíssemos o futebol, no ano de 2005, quando os matemáticos de plantão afirmavam que o Flamengo tinha 93% – ou 94% de chances, um ou outro – de cair para a segunda divisão.

Quase todos os nossos amigos tentaram, de todas as formas, com argumentos até interessantes, impedir que encarássemos o desafio monstro, que poderia nos sepultar como rubro-negros. Abraçamos o projeto, até porque quando se ama, não se pensa, não se faz conta… e, o final desta caminhada todos conhecem.

Talvez muita gente não saiba que, para mim, aquele momento foi a de conquista de uma Libertadores, só que, sem direito à volta olímpica… tanto é verdade que não tenho, no meu escritório, nenhuma camisa autografada em qualquer uma das conquistas da qual tenha participado (e desculpem a falta de modéstia, não foram poucas), porém, aquela, naquele momento crucial de 2005, está firme na parede.

Acho que assim deve pensar o meu amigo Paulo Pelaipe ao assumir o futebol do Vasco da Gama. Os grandes desafios, inclusive aqueles em que ninguém acredita, quando superados, proporcionam uma sensação indescritível.

Que meu amigo tenha boa sorte, e que esta só o abandone quando o Vasco jogar contra o Flamengo. Aliás, se conselho pudesse dar ao PP, seria de que ele, alegando qualquer motivo importante, retornasse hoje para Porto Alegre e, assumisse, de verdade, na segunda-feira.

E, neste sábado, todos no Maraca, onde a meninada campeã da Copinha dará a merecida volta olímpica. Vamos lá aplaudir?