Em ritmo de tango

Messi perde pênalti contra a Islândia (Foto: Getty Images) Klefer Arquivos

Vendo o jogo da Argentina, desde os primeiros minutos, ficava em mim a sensação clara do desânimo ou, da falta de confiança. Imaginei que o fundo musical, no vestiário, antes de o time entrar em campo, deve ter sido um tango e, daqueles bem sofridos.

O semblante não engana. Será que foi difícil notar, na fisionomia dos jogadores argentinos, o retrato da ansiedade, da dúvida, da tristeza?

E, dentro daquela premissa de que em futebol confiança é quase tudo, não poderia se esperar outra coisa, senão uma estreia bisonha do selecionado argentino.

Do outro lado, exatamente o contrário. Um time limitado, mas de um entusiasmo incomum, jogando com determinação, disciplina e enorme alegria.

E neste grupo, que ainda tem Croácia e Nigéria, depois deste empate, em tese, contra o adversário mais forte, sonhar com a classificação é obrigação.

Messi, um caso à parte. Acompanho a carreira deste gênio faz muito tempo. A paixão pelo futebol bem jogado fez com que eu o acompanhasse ao longo desta vitoriosa trajetória. Como vejo muito Messi jogando, é fácil afirmar que neste jogo estava ele completamente fora de sintonia. Como se estivesse jogando com uma tonelada sobre os ombros…

Vi, com tristeza, um Messi sem prazer de estar em campo, sem a alegria, sem a imprevisibilidade que o consagrou. E, além disso, não usando o bom senso. Quando as coisas não estão caminhando bem, o melhor é simplificar. O pênalti era para ser batido com mais segurança, com mais força. Nestes momentos, descomplicar é preciso.

Enfim, os “hermanos” começaram muito pior do que se poderia imaginar. Não sei se na delegação argentina há um psicólogo. Se houver, sugiro trocar. Se não houver, contratar um, com urgência.

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