(Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS )

O preço de uma decisão equivocada

Deu no rádio – e já está em tudo que é lugar – que Mauricio Barbieri foi demitido. Enquanto a delegação viajava para Salvador, o treinador retornava para casa.

Sempre ouvi as melhores informações sobre Barbieri. Quem com ele conviveu no dia a dia teve a nítida certeza de que, amadurecendo, ganhando experiência, poderia ter um futuro brilhante. Tanto é que todos no Flamengo, mesmo diante da possibilidade da contratação de um novo treinador, queriam sua permanência na comissão técnica.

O noticiário, entretanto, dá conta de que Barbieri foi demitido sumariamente e, isto quer dizer com absoluta clareza que o ambiente entre treinador e jogadores não estava bom. Cheguei inclusive a ler que alguns jogadores se queixaram das constantes modificações e da falta de critério nas escalações.

Partindo da premissa de que seja Barbieri um profissional interessante e de futuro, é fácil concluir o quão equivocada foi sua efetivação como treinador. Erro crasso do presidente e do vice de futebol. Como efetivar um treinador de 36 anos, que nunca jogou futebol e nunca havia dirigido nenhum clube? Estava na cara que a falta de rodagem faria, mais cedo ou mais tarde, Barbieri rodar…

Esta decisão equivocada acabou por ceifar o amadurecimento de um bom profissional prestando serviço ao Flamengo.

O que se sabe é que o nome para dirigir o time nestes doze jogos restantes é Dorival Júnior. Certamente, será dito a ele que, se a situação vencer as eleições a continuidade estará garantida, o que, em tese, obriga um contrato somente até dezembro. Como está desempregado, é provável que Dorival Júnior tope correr o risco.

Como não sou de ficar em cima do muro, não posso deixar de dizer que é um nome que não me anima, embora entenda que, ante as circunstâncias, seria impossível ter uma pessoa de consenso neste momento.

Mesmo assim, como faltam doze jogos, o perfil de quem venha a ser contratado deveria ser, obrigatoriamente, o de um treinador que pudesse sacudir a moçada. Não vejo Dorival Júnior com este perfil.

O resumo da ópera é simples. O planejamento equivocado da diretoria jogou o ano pela janela.

A esta altura do campeonato, o fundamental é garantir vaga na Libertadores. Aliás, pelo que se gastou, se isto não ocorrer, será a maior prova de incompetência na história do nosso futebol.