Recordar – coisas boas – é viver feliz!!!

Quando escalo a seleção do Flamengo de todos os tempos – que vi jogar – tendo uma única dúvida no gol, entre Raul e Júlio César, no mais: Leandro, Aldair, Mozer e Júnior; Andrade, Gérson – Canhota de Ouro -, Zico e Paulo César Caju; Bebeto e Romário, deve dar uma noção exata do que cada um destes ídolos representa para mim.

Este post é dedicado a um deles. Acompanhei, como repórter, o esforço dos nossos dirigentes em trazer um menino muito franzino, mas que já era considerado na Bahia um raríssimo talento.

Bebeto chegou para o Flamengo e, muito menino, agarrado à família, teve uma turbulenta fase de adaptação, com alguns ensaios de, pela saudade, voltar para Salvador.

Em uma das quase desistências, e com as malinhas prontas na concentração em São Conrado, um longo papo na cozinha, do qual participei, demoveu Bebeto de largar tudo e voltar. A partir daquele momento, isto jamais voltou a acontecer e o nosso personagem, já com outra cabeça, decolou de vez.

Voou tão alto que chegou à Seleção Brasileira, e lá, sofreu assédio do então diretor de futebol da CBF, Eurico Miranda. Lembro que, no hotel em que se encontrava a Seleção, após flagrar uma estranha reunião em que participavam Eurico, Bebeto e seu procurador, avisei aos nossos dirigentes que abrissem os olhos. Não me levaram muito a sério, preferindo acreditar no depoimento do então presidente Antônio Soares Calçada, que negou com veemência o interesse do Vasco por Bebeto.

Mesmo sem qualquer cargo no Flamengo – e já havia deixado o jornalismo – ajudei a montar uma estratégia para Bebeto renovar contrato com o clube. Dr. Michel, com comitiva rubro-negra, chegou a arrombar o portão da concentração da Seleção, na Granja Comary, levando o contrato para ser assinado. Infelizmente, tarde demais…

Aquela derrota me maltratou de novo. Caramba, já havia sofrido com Gérson indo para o Botafogo e agora Bebeto para o Vasco…

O tempo passou e, presidente do Flamengo, me empenhei muito para resgatar o que era nosso. Com Marcos Felipe Magalhães, o Magrão, nosso vice de marketing, fui aos Estados Unidos para um encontro com o presidente da Umbro, e lá, o convencemos a comprar Bebeto ao Deportivo La Coruña e colocá-lo no Flamengo.

Missão bem-sucedida, lá fomos eu e meu querido amigo Plínio Serpa Pinto ao encontro de Lendoiro, presidente do La Coruña, onde finalizamos o resgate do nosso amor próprio rubro-negro, até então, ferido.

Conto tudo isto para dividir com vocês este vídeo, encaminhado por Bruno Rodrigues, raríssimo talento da nova geração do marketing esportivo, e filho do meu irmão de vida, Washington Rodrigues, o Velho Apolo.

No vídeo, ouvir Bebeto cantando seu amor ao Flamengo… é algo mágico.