Caetano tem toda razão

(Reprodução da internet e Twitter)

Por favor, não leve em conta se você gosta ou não do ex-diretor de futebol do Flamengo, Rodrigo Caetano. Gostaria muito que os amigos do blog atentassem para um único ponto da entrevista coletiva concedida por ele e, amplamente divulgada.

Refiro-me ao momento em que Caetano afirma, com todas as letras, que o futebol do Flamengo é pautado pelas redes sociais.

Quando assumi a presidência, ouvi de duas pessoas o mesmo ensinamento. O saudoso e querido Flavio Soares de Moura, e meu irmão Michel Assef, sem que nada tivessem combinado, quase que com as mesmas palavras, me deram o seguinte recado: “O Flamengo não pode ser dirigido de fora para dentro.”

Naquela época as redes sociais não existiam, em contrapartida, a força dos comunicadores e colunistas era bem maior do que se verifica hoje.

Em síntese, o que os meus dois queridos companheiros tentavam me dizer era para que eu tivesse coragem em decidir, que ouvisse quem julgasse poder contribuir intelectualmente. Que tivesse coragem e não pautasse a vida do clube pela opinião de quem estava fora do barco.

Claro que o mundo mudou. Como radicalismo não faz parte da minha vida, entendo que se deve ouvir, sim. Desde que se tenha uma noção exata de quem está opinando. Exemplo: Aqui mesmo no nosso blog há pessoas pelas quais aprendi a ter respeito e admiração. O que estou querendo dizer? Simples. Que até para ouvir é necessário ter coragem para eleger.

Traçar qualquer caminho populista, isto é, pensar e agir pela cabeça do que a maioria – que pode ser enganosa – acha, é covardia, é transferir para outros a decisão que deve, até estatutariamente falando, ser de quem foi eleito para decidir.

Certa vez, tentei convencer meus companheiros em uma reunião no Conselho de Administração que deveríamos contratar um determinado profissional para ser o presidente do futebol. Acabei de propor e, uma voz rouca e baixa foi ouvida. Flávio Soares de Moura, quase irado, foi soltando o verbo: “Não votei no fulano. Votei em você. A responsabilidade é sua, não fuja dela”. Resumo da ópera: a minha proposta foi rejeitada por unanimidade…

Como tenho respeito e carinho pelo presidente Eduardo, acho que deveria ele fazer uma profunda reflexão sobre o depoimento de Rodrigo Caetano. Não sei se corresponde à realidade, mas se pertinente for, é hora de começar a pensar e agir diferente. O Flamengo não pode ser dirigido de fora para dentro.