Olimpíadas. E daí?

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Na semana passada, em conversa com amigos, surgiu o tema da possibilidade do Rio de Janeiro ficar sem o Maracanã e o Engenhão durante todo ano de 2016, em função das Olimpíadas. Com todo respeito ao grandioso evento, vai ficando para mim a sensação clara de que as pessoas que comandam o futebol no nosso estado estiveram desatentas. Os dois estádios que comportam os jogos de peso e os clássicos estaduais estarão atendendo a uma outra causa e, consequentemente, abandonando e deixando sem saber o que fazer, não só o futebol, como também quem por ele é apaixonado.

Será que, entre abertura, encerramento e alguns jogos, não poderia tudo ser realizado em um dos estádios, e não nos dois? A Federação do Rio e os clubes foram consultados? No caso do Maracanã, quem decidiu foi a Odebrecht ou o Governo do Estado? Flamengo e Fluminense, que têm contrato por período que supera o encerramento das Olimpíadas, foram chamados para conversar?

Quanto ao Engenhão, o Botafogo já sabia, no ato da assinatura do contrato de concessão, que teria de ceder o estádio no caso do Rio sediar uma Olimpíada, mas desconhecia que ficaria impossibilitado de jogar também no Maracanã.

O que quero saber é simples. Quem vai pagar o prejuízo dos clubes que não terão um estádio para realizar todos os jogos importantes em 2016?

E já que o assunto é Maracanã, ouvi de fonte que merece total credibilidade, que para a Odebrecht largar o Maracanã na mão do Governo, rompendo o contrato, é questão de tempo. O prejuízo vai se avolumando sem nenhuma perspectiva de mudança neste panorama. A saída jurídica para a Odebrecht largar o osso fica por conta do não cumprimento do Estado, que deveria ter entregue as áreas para estacionamento e construção de um Shopping, e acabou não cumprindo.

Embora o Flamengo esteja trabalhando na direção de ter o Maracanã só para ele, será difícil para o Estado deixar o Fluminense de fora. Dor de cabeça anunciada…