Gilvan de Souza

Refletindo e procurando entender

Não só pela idade, como por ter vivido intensamente o Flamengo, desde Dida até Gabigol, embora não tendo nenhuma dúvida de que o time de Zico foi o melhor desde que me entendo por gente, não posso deixar de confessar que, apesar deste fato, para mim indiscutível, nunca, em tempo algum, fui a um campo de futebol com tanta certeza da vitória como agora.
Curioso, não?
Caramba:
Raul no gol.
Leandro e Junior nas laterais.
Mozer na zaga.
Andrade, Adílio e Lico no meio.
Tita, o Éverton Ribeiro dos anos 80. Compunha o meio, combatia e era, também, belo atacante.
Nunes colocando todas as bolas para dentro.
E Zico, nosso Rei eterno, desequilibrando, sempre!!!
E com todo este tesouro, hoje a certeza da vitória é maior.

Na minha reflexão sobre o tema, a explicação mais simples está do outro lado do campo. Enquanto encorpamos ao longo do tempo, nossos adversários foram definhando.
Com todo respeito a quem pense diferente, neste momento, não só no Brasil, mas no continente sul-americano, no máximo – e com boa vontade – três ou quatro clubes podem bater de frente conosco na briga por qualquer título.
Para justificar esta minha conclusão não precisamos ir longe. Comparem Vasco, Fluminense e Botafogo daquela época, com o que se vê agora.

Grêmio, Inter, São Paulo, Santos, Cruzeiro, Vasco, Fluminense e Botafogo, portanto, oito dos doze maiores, pararam no tempo. De altamente positivo, apenas a consolidação do Atlhetico Paranaense, fruto da genialidade de Mario Celso Petraglia.
O bom momento do Fluminense pode ser atribuído ao trabalho de recuperação de seu competente presidente, Mário Bittencourt, e à sintonia fina entre treinador e jogadores, porém, muito cedo para cravar que o tricolor tenha mudado de patamar.
Dos quatro, entre os doze grandes, que sobrevivem na briga pelos títulos – Flamengo, Palmeiras, Atlético Mineiro e Corinthians – temos feito o dever de casa com mais competência, embora com recentes absurdos e desnecessários tropeços que podem comprometer a conquista do Campeonato Brasileiro, além do tetra inédito jogado pela janela.
Menos mal que nossa turma acordou e o caminho foi retomado.

Voltamos a ir ao Maraca, ou ligar a televisão, na absoluta certeza da vitória.
O efeito Jorge Jesus voltou. Que continue até o fim do mundo…