(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

O “caneco” é o dinheiro

Estranha, e inoportuna para este momento, a venda de Paquetá para o Milan, por 35 milhões de euros.

Estranha na medida em que o valor anunciado – 35 milhões de euros – é bem inferior ao do estipulado em contrato, no caso de venda para o exterior (50 milhões de euros). E, ainda mais estranha, pelo fato de três clubes estarem interessados (PSG, Barcelona e Milan), leilão inevitável em que, através dele, se poderia chegar aos 50 milhões, conforme multa estipulada.

A pressa em vender também causa espanto, na medida em que fere a  estratégia de venda pelo melhor preço, além de implicar em possível transtorno técnico, na reta final e decisiva do único título que podemos conquistar, neste ano magérrimo de glórias e robusto nas finanças.

Li que os nossos dirigentes foram para Milão fechar o negócio, quando o normal é o comprador visitar o vendedor. Talvez a volúpia, a tara por vender, explique o caso.

E, antes que esqueça, é mais do que necessário se restabelecer a verdade sobre a venda de Vinícius Júnior para o Real Madrid, em que os dirigentes rubro-negros foram elogiados pela inusitada transação, na qual o clube espanhol acabou pagando a multa de 45 milhões de euros, estipulada em contrato.

O “mérito” desta negociação foi exclusivamente do representante do jogador. Frederico Pena, que já foi meu assistente na área comercial, extremamente talentoso, conseguiu jogar com a rivalidade entre Real e Barcelona e, desta forma, conseguiu o preço máximo.

Agora, na pressa em vender, o preço ficou longe do que se poderia alcançar. Como sempre disse minha avó Corina, “o apressado come cru”.

Para os torcedores do Flamengo, que só pensam em conquistas, um ano horroroso. Para os dirigentes, que só pensam no dinheiro, um ano… espetacular!!!