Ingressos encalhados

O grande rubro-negro Flávio Godinho envia longa matéria publicada no Globo, dando conta de que os dirigentes da Conmebol estão muito preocupados PELA FALTA DE INTERESSE dos torcedores de Flamengo e Atlhetico Paranaense, na final única da Libertadores.

O que os dirigentes da Conmebol precisam entender, definitivamente, é que não há, absolutamente, FALTA DE INTERESSE por parte dos torcedores. Há, sim, falta de dinheiro, de trens, de rodovias e de voos econômicos e diretos para Guayaquil.

Após o primeiro jogo final da Copa do Brasil, decidida em duas partidas de ida e volta, houve o recorde de público na Neo Química Arena, palco do primeiro jogo. Algumas pessoas repercutiram mundo afora, via redes sociais, com sensibilidade e pragmatismo. Como o blog, volta e meia, é merecedor da atenção dos amigos paraguaios, quem sabe também possa chegar à sede da Conmebol e seja motivador de profunda e necessária reflexão por parte de quem teve a infeliz ideia de copiar os europeus, que ganham em euros, além de trens, rodovias e aviões, com fartura e baratos.

A última informação que recebi foi a de que para evitar o mico, o supremo vexame de uma final de Libertadores sem público, como já ocorreu na final da Copa Sul-Americana, que se cogita distribuir gratuitamente os ingressos para os torcedores equatorianos. Se isto for confirmado estará decretado o fim da tal final única, maravilhosa para os europeus e, absurda e perversa para os sul-americanos.

De certa forma, embora entendendo quem esteja disposto e tenha recursos para esta jornada em Guayaquil, não há modo mais direto de demonstrar indignação, na esperança de que esta maluquice seja modificada, do que torcer com os amigos vendo na TV.

Para encerrar: não entendo a postura passiva dos clubes, principalmente os brasileiros, ante tamanha grosseria e perversidade ao torcedor.