Ednaldo Rodrigues - Martín Fernandez

O que vem a ser um treinador ofensivo?

Embora nós rubro-negros só estejamos pensando naquilo, não há como se ignorar o depoimento do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues que, deixando em aberto se o novo treinador da seleção será brasileiro ou estrangeiro, porém, garantindo a exigência de que o “mister canarinho” seja, obrigatoriamente, ofensivo.
Li e comecei a matutar. Tite era ofensivo? Em tese, sim. Afinal, quem vai para uma Copa do Mundo com um time que tinha quatro atacantes…
Sim, porque Neymar, embora com a camisa 10, jamais foi ou será um jogador de meio ou um ponta de lança. Neymar, se não é um Gerson ou um Messi, atacante é. Somado aos outros três escalados na Copa por Tite, quatro atacantes…
Aliás, embora possa parecer absurdo para alguns, sempre vi Neymar disputando o lado esquerdo de ataque com Vinicius Júnior. E, ponto!
Pode ter passado desapercebido para muita gente, mas jogamos uma Copa do Mundo em um ultrapassado sistema 4-2-4, que foi sepultado pela nossa Seleção de 58, com Zagalo pela esquerda, consagrando o 4-3-3. Ali, com um atacante a menos e um meio campista a mais, o time ficou mais equilibrado e ofensivo.

Acabei fugindo do assunto e não disse que Tite, embora escalando quatro atacantes, correu sério risco de um sacode, caso tivéssemos enfrentado França ou Argentina. No futebol, não é pelo fato de escalar mais ou menos atacantes que um treinador deve ser considerado ofensivo.
O presidente da CBF, como gancho para solidificar a tese da ofensividade, afirmou que o Brasil só foi campeão do mundo com times ofensivos. A bem da verdade, o Brasil só foi campeão do mundo quando teve jogadores diferenciados, muito acima da média. E neste caso, não há como o time não ser ofensivo.

Há também a possibilidade do treinador, mesmo em uma Seleção Brasileira, não ter o elenco dos sonhos, mas tendo noção desta limitação, ser suficientemente inteligente e criativo para levantar o caneco. Isto ocorreu em 94. A sensibilidade de Carlos Alberto Parreira, a genialidade de Romário, com o auxílio luxuoso de Bebeto, garantiram o tão aguardado tetra. Se Tite tivesse a sensibilidade de Parreira, que abriu mão do badalado Raí para dar consistência ao time com Mazinho, quem sabe a história poderia ter sido outra no Catar…
Portanto, como dizia o filósofo popular, no futebol tudo é relativo…

A mim pouco importa se o novo treinador da Seleção Brasileira será brasileiro ou estrangeiro. O que importa é que seja bom. De preferência, inquestionável.
Em tempo: quais seriam os treinadores inquestionáveis que topariam dirigir a Seleção Brasileira?