(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

A mesmice

Ia acrescentar “de sempre” ao título do post, quando percebi que cometeria uma redundância. Ora bolas, se é mesmice, só pode ser de sempre…

Como estamos confinados, pra quem gosta de futebol, os programas esportivos ajudam demais para que o tempo passe mais rápido – e que seja prazeroso. Porém, o que mais me chamou atenção em um dos programas que assisti foi uma ladainha que parece não ter fim, daí o título do post.

De novo, insistem em relutar um determinado treinador como revolucionário e ofensivo, enquanto que outros são rotulados de retranqueiros.

Divirjo totalmente deste tipo de colocação. Para mim, há treinadores iluminados, há bons treinadores e, como em qualquer profissão, os que pouco podem contribuir.

Qual é a primeira virtude de um treinador de clube? Simples. Encontrar a melhor solução tática, de acordo com o material humano disponível.

Exemplo 1: Jorge Jesus, com o elenco que tem no Flamengo, não tem outra opção, qual não seja propor o jogo e, ser 100% ofensivo.

Exemplo 2: Carille, na sua primeira fase no Corinthians. Não tinha um time brilhante, mas conseguiu os resultados, encontrando a melhor fórmula possível com o material humano que dispunha.

Só dois treinadores no Brasil podem ter e colocar em prática o que entendem como a melhor tática. São eles, Tite e Jorge Jesus. Tite, pois pode convocar para sua seleção quem se encaixe no seu esquema predileto, e Jorge Jesus, menos que Tite, é verdade, mas pelo elenco do Flamengo, são tantas as opções que o seu esquema tido como o ideal, também pode ser colocado em prática.

No mais, com todo respeito, o bom treinador será aquele que souber encaixar o seu material humano no melhor esquema possível.

Portanto, vamos parar com esta mesmice de rotular treinadores. Há os bons e os não tão bons. Todos eles dependem dos que vão entrar em campo. E, como sabiamente dizia Otto Glória, “sem ovos não se faz omelete”.