Erros, dentro e fora de campo

(Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo)

(Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo)

O jogo de hoje, para quem conhece um pouquinho de futebol, era muito difícil. Se pudesse eu ter escolhido contra quem não jogar, certamente seria o Atlético Mineiro, time compacto, bem arrumado, com bons jogadores e um treinador de quem sou admirador confesso. Levir Culpi é competente vinte e quatro horas por dia, inclusive dormindo, pois fica a impressão de que o sono dele é inspirador. Comedido, humilde, inteligente, estrategista, sensível e sincero. Não bastasse tudo isso, ainda possui um enorme poder de comunicação. Qualquer entrevista dele é interessante. Diria mesmo, sem medo de errar, que é há muito tempo um dos melhores treinadores do Brasil.

Diante de um belo time, muito bem treinado, cometemos duas infelicidades. A primeira com Samir e, no gol do argentino, acho que o nosso Cesar foi atrasado na bola. Tipo do jogo que qualquer erro é fatal. Errar duas vezes então…

Gostei da estreia do Emerson. Demonstrou vontade e um surpreendente preparo físico, além de ter sido o jogador mais perigoso do Flamengo. Tomara que eu esteja errado, mas a sensação que tenho é a de que o nosso treinador está confuso com relação a que time escalar. Quando isto acontece, como em futebol confiança é tudo, alguns bons jogadores começam a descer a ladeira, fruto desta insegurança que nasce no treinador. A hora é de ser prático e colocar em campo o melhor time e, indo por aí, há de se escalar um meia, abrindo mão de um volante. Entender que Pará, além de limitado, não é lateral esquerdo e que, com o elenco que temos, dar força a Marcelo Cirino é fundamental. Hoje, me pareceu inteiramente sem confiança e isto acontece quando o jogador conclui que o treinador não acredita muito nele.

Enfim, uma semana para Cristóvão Borges colocar a cabeça no lugar e ser o mais pragmático possível. E, convenhamos, não é tão difícil assim…

Se um treinador não consegue escalar o melhor time, esperar o que dele?