Direito de resposta

Treino do Flamengo – 20/06/2017 (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

O título vai na conta do oportunismo jornalístico, já que, “direito de resposta”, todos sabem do que se trata e, tem a força de despertar a atenção de todos para o tema em questão, que nos é comum e apaixonante.

O nosso amigo NINO postou o comentário abaixo:


“O negativismo impregnado”

Kleber Leite, reconheço que o momento político do clube não o inspire a criticas mais agudas, tanto a direção executiva quanto a direção técnica nesse momento.

Por esse motivo seu “otimismo institucional” esta perdoado, deixa que a gente critica!

É esse mesmo otimismo institucional que vai nos levar até o fim do 1o. turno (daqui a 8 rodadas) sem uma solução para os problemas desse time, pois não se engane, o SANTO DO ZR é forte, e ele sabe se equilibrar como ninguém na pressão da corda bamba, é um fenômeno.

Sua posição institucional tbm corrobora com o fato que talvez vc mesmo não tenha a certeza da solução a ser implementada, eu tbm não o condeno por isso!

Só para lembrar que hoje mesmo a nossa situação é INACEITÁVEL, somos 14o a 1 ponto da zona de rebaixamento, isso por sí só já seria determinante.

Nós podemos ser cegos, mas a direção do clube não tem esse direito. SRN.


Nino amigo,

Pra começar, muito bom lidar com quem escreve o que realmente pensa. No fundo, você me ajuda a esclarecer todas as situações por você apresentadas. Assim sendo, bela oportunidade para desenvolver os temas, pois com certeza, muitos devem pensar da mesma forma.

1  –  “O momento político não me inspira para críticas mais agudas”. Vamos lá: Primeiro, o momento político não poderia ser melhor e, só não é perfeito, pelo fato do futebol não ter ainda acompanhado o ritmo, pleno de sucesso, introduzido nos outros setores do clube. Portanto, mesmo sendo o futebol, sem qualquer dúvida, o que há de mais importante, não se pode deixar de reconhecer que demos uma bela caminhada.

Claro que hoje o mundo é outro, claro que o faturamento espetacular que vem sendo construído há bastante tempo possibilita um orçamento do tamanho do Flamengo e, que tudo isto ajuda e, muito. Porém, por uma questão de justiça, não se pode, em hipótese alguma, ignorar dois detalhes fundamentais. Hoje, o Flamengo está entregue – “do goleiro ao ponta esquerda” – a gente da maior seriedade possível. E, não bastasse isso, competentíssimos e, diria mesmo, alguns extrapolando e beirando a genialidade.

Quero, só para ilustrar, me referir à negociação do jovem Vinícius Júnior. Não fosse o talento do nosso negociador, Fred Luz, o Flamengo ao invés de ter vendido por 45 milhões de euros, teria topado 30, além de reduzir a “gordura” do negócio (comissões e despesas) de 20 para 15%.  Esta competência se estende ao jurídico, finanças, patrimônio e, por aí vai. E, bom não esquecer que poderia estar ainda tudo melhor, se aqui ainda estivessem fazendo parte desta diretoria, Luiz Eduardo Batista, o Bap, Flavio Godinho e Plínio Serpa Pinto.

Talvez você tenha tentado dizer que, pelo aspecto político, pela convivência, pela amizade, pelo carinho, tenha eu sido parcimonioso nas críticas. Não é verdade. Posso não ter sido agressivo ou contundente, até porque, quem lá está não mereceria, mas tenho sim chamado a atenção para os pontos que considero frágeis no futebol. Jamais me omiti. Apenas, não uso o espaço para fazer política, e sim, para dizer o que penso e alertar a quem de direito. E, sempre com elegância e educação, o que não é nenhum favor, é obrigação.

2- Com relação a – na sua observação – eu não ter sido contundente, pelo fato de, provavelmente não ter certeza da solução, ledo engano. Já disse aqui e repito:

  • Nas contratações, optamos pelo quantitativo, quando a melhor alternativa era partir para a qualidade.
  • Mais do que flagrante que este “setor de inteligência” tem se mostrado incompetente.
  • Pecamos na projeção do elenco, onde fomos consertando os “furos” causados pelas contratações equivocadas, em meio às competições.
  • Pecado mortal, não ter se contratado, até agora, um baita goleiro.
  • Perdemos realmente algumas boas oportunidades em contratar um técnico cascudo e vencedor. Tenho profundo respeito pelo trabalho de Zé Ricardo, mas por conceito definitivo, o Flamengo não é lugar para ninguém começar a carreira.

3 – Você fala no meu “otimismo institucional”. Vou além. Realmente, sou um otimista de carteirinha que só torce a favor. Mesmo com tudo que aqui coloquei, quero dizer a você que, com um pouquinho de sopro de São Judas, até porque sem ele ninguém chega a lugar nenhum, o Flamengo pode sim, e muito breve, já estar brigando na ponta da tabela.

O principal sopro de São Judas será no sentido de que Éverton Ribeiro, Rhodolfo e Geuvânio, entrem e arrumem definitivamente o time. Se isto acontecer, aposto todas as fichas que vamos ter o delicioso direito de torcer e, quem sabe, com um final extremamente feliz…