Jogar feio ou jogar bonito?

Começou de novo!!! Incrível como alguns companheiros tem um prazer maracaniano de voltar a este tema. ”O importante é jogar bonito!!! A seleção de 82, não ganhou, mas encantou. A seleção de 94, ganhou mas não encantou. Jogou um futebol pobre”.

Caramba, às vezes acho que estou em outro planeta quando leio ou ouço este tipo de coisa. Claro que, a exuberância, o molejo e o talento do futebol brasileiro estiveram presentes nas copas de 58 e 70, quando ganhamos. Não vale a de 62, porque ali, quem ganhou a copa foi Garrincha. Também, mesmo não ganhando, encantamos o mundo em 82, com jogadores maravilhosos. No Japão/Korea, sem encantar o mundo, deixamos registrada a marca do futebol brasileiro, com momentos muito especiais. Faltou 94? É, aí está o ponto da discussão. Os que dizem que não foi uma seleção que traduzisse a essência do futebol brasileiro, tem toda razão, porém, pecam e, muito, quando criticam, como se o time e tática que apresentamos fosse uma caricatura do nosso futebol. Ao contrário, foi um momento de lucidez e sabedoria. Quando se tem a noção correta do limite de competência, a coisa caminha, mesmo com dificuldade. Como Raí que, poderia pelo seu talento fazer aquela seleção ter a cara do futebol brasileiro, não confirmou o que se esperava dele, o que fazer, se não jogar da melhor maneira possível com o material humano disponível? Aí, apareceu o Mazinho e, com ele um futebol eficiente, mas longe da beleza que se sonha o Brasil jogando. A seleção de 94, pode ser traduzida da seguinte forma: nove, se virando e, Bebeto e Romário, resolvendo. E, isto não é pecado.