Magrão (Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife)

O anti-marketing

Poderia falar sobre a história – muito longe da verdade – que li no Globo sobre o episódio ocorrido em 2006, quando o Flamengo deixou de contratar Luizito Soares. O tempo passou, além de já ter, algumas vezes, contado aqui a história real. Desisti.

Pensei em falar sobre Messi e a sua cruz que é carregar este time da Argentina.

Até no Rafinha, nosso novo lateral direito, imaginei fazer uma pesquisa para saber o que todos aqui esperam dele.

Resolvi sair para uma mistura de profissionalismo e lado humano.

Levei um susto, lendo que Magrão, há “duzentos anos” goleiro do Sport, está em escandaloso “tiroteio” com o clube, tendo inclusive acionado o judiciário no sentido de que os seus direitos sejam reconhecidos. Pelo que li, Magrão pegou o boné e foi embora.

O convite é para que pensemos juntos. Quando tomei conhecimento do fato, estarrecido, fui consultar o Google e lá, vi que Magrão jogou mais de 700 partidas pelo Sport, e que era considerado o mais importante ídolo em toda a história do clube pernambucano, Campeão Brasileiro da série B, em 1987.

Como não tenho conhecimento de causa, julgar seria uma leviandade. Agora, que este tipo de coisa é um soco no estômago de qualquer torcedor, não tenho nenhuma dúvida, pois fica ele com a pulga atrás da orelha nesta relação ídolo/clube, quebrando a magia do amor maior, único, inseparável, entre o ídolo e a paixão original e definitiva.

Antes que alguém coloque que isto é comum – que até Zico, com toda razão, teve que recorrer ao judiciário contra o Flamengo – sem a mínima intenção de julgar, apenas entendo que se trata de enorme agressão à paixão pelo futebol.

Será que as partes – principalmente a que deve – não poderiam se tocar quanto a enorme responsabilidade que carregam?

Para o torcedor, dói muito… é conviver com briga entre pai e filho. Triste… desrespeitoso…