Alexandre Vidal / CRF

A monumental diferença

Escrevo na madrugada da véspera do nosso jogo do ano, recostado em uma caminha gostosa, refletindo a incrível e doce experiência vivida durante todo o dia em Punta Del Este.
Quando garoto havia em cada mensagem produzida por qualquer setor do clube uma frase que marcou a minha vida e a de muitos rubro-negros. Após o endereço do clube, em letras garrafais, a mensagem: “ONDE ENCONTRARES UM FLAMENGO, ENCONTRARÁS UM AMIGO”.
O tempo passou, um dia me tornei presidente da minha paixão de vida e a política me fez ficar em dúvida quanto ao que havia aprendido na infância. Durante este dia em Punta, para mim ficou mais do que claro o quanto era sábia e verdadeira aquela mensagem que captei ainda menino. Um dia de muito carinho, interagindo com tantos rubro-negros. E que energia… um amigo em cada esquina de uma cidade uruguaia…

Após entender de uma vez por todas a veracidade da mensagem genial, criada para nos unir, foi fácil concluir a diferença do Flamengo para o nosso adversário na luta pela Libertadores e da maioria esmagadora de todos os outros clubes.
Vejam que coisa incrível. Esbarrei em uma quantidade inacreditável de rubro-negros. Querem saber com quantos cariocas? NENHUM!!!
Abracei paraenses, amazonenses, piauienses, maranhenses, pernambucanos, baianos, capixabas, cearenses, paulistas, catarinenses, goianos e uma garotada de Brasília. Em síntese, o Flamengo, talvez seja o único clube verdadeiramente nacional. O Corinthians ensaia este espírito, mas ainda está longe, enquanto o adversário deste dia 27, no máximo, é um clube regional.
Enfim, como sempre pontuou meu queridíssimo amigo Michel Assef, “nossa torcida é nosso maior patrimônio”.
Que o estádio Centenário, palco da nossa primeira grande conquista continental, seja o cenário de uma colossal passagem de energia da arquibancada para o campo, fato tão comum para nós rubro-negros e fator decisivo para o tamanho que temos, para o gigante verde e amarelo que somos.
Vou dormir, na certeza das fortes emoções que ainda estão por vir.
Como diz o genial Galvão Bueno, “haja coração…”