Há em Paris um dos mais concorridos restaurantes do mundo em que, dependendo da época, a reserva precisa ser feita com meses de antecedência. Como em qualquer lugar do mundo, aqui também, amizade fura fila e, o que para a maioria é impossível, para alguns poucos, como este amigo, qualquer hora é hora. Convidados por este camarada abre portas, fomos comemorar e brindar mais uma vez o casamento dos nossos Lícia e Bocão. Melhor do que o ambiente aconchegante e claro, e a comida maravilhosa, foi ter encontrado um dos nossos gênios. Luiz Fernando Veríssimo está tinindo. Como não poderia deixar de ser, fizemos um brinde ao talento e à inspiração. Noite de gala e de encontro marcante.
Neste sábado lindo, resolvemos atender ao gosto do meu parceiro Max que, nos seus oito anos, por preguiça em aprender a dar nó no seu tênis, adora, ama, um modelo que não tem cadarço e, que num simples movimento de uma das mãos, abre ou fecha. Como ele só tem um tênis deste modelo, este já é capaz de sair andando sozinho, de tanto que é usado.
A super loja da Adidas foi devidamente localizada e para lá partimos. Não foi difícil encontrar o que estávamos procurando. O vendedor fez a entrega dos dois pares escolhidos, e agora era só pagar e ir embora. Após localizar onde era o caixa, um baita susto. A fila para PAGAR era quase de dar volta no quarteirão. Pensei cá com os meus botões: isto é uma enorme falta de respeito com o consumidor. Na ganância, a empresa contrata um número insuficiente de funcionários visando lucrar mais e, que se dane o freguês. O que mais me espantou foi a passividade das pessoas se submetendo a aquele absurdo. Mais parecia um bando de cordeirinhos indo para o sacrifício de forma resignada.
Tenho como lema de vida, jamais entrar em fila para pagar. Quem paga, deve ter estendido à sua frente um tapete vermelho. Entrar em fila, só para receber! O pacote com os tênis foi largado e fomos embora. Num dia mais calmo e sem a desrespeitosa fila, o tênis filho único de Max ganhará dois irmãozinhos…