(Alexandre Vidal / CRF)

O futebol e a bagunça nacional

Vai ter jogo!

Flamengo e Palmeiras vão disputar, em Brasília, o título de grande campeão nacional.

Este tira-teima é interessante pelo fato do critério ser justo, afinal, irão se defrontar os dois campeões das competições nacionais, em que Flamengo e Palmeiras disputaram o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, sendo o Flamengo campeão do campeonato e o Palmeiras, campeão da Copa, em que ambas as equipes para chegar lá enfrentaram os grandes times brasileiros. Portanto, faz total sentido.

O que me parece absurdo é a competição promovida pela Conmebol, onde a disputa para se conhecer o grande campeão, o supercampeão da América do Sul, é entre o campeão da Copa Libertadores e o campeão da Copa Sul-Americana. Ora, como pode haver uma decisão entre um campeão da série A e um campeão da série B?

Sim, a Libertadores é a série A continental, enquanto que a Copa Sul-Americana é a série B. Isto me faz lembrar do absurdo ocorrido em 1987, quando os gênios que comandavam o futebol brasileiro entenderam que o campeão do Brasil sairia de um confronto entre o campeão da série A e o campeão da série B. Como o Flamengo, campeão da série A, por decisão do Clube dos 13, não foi a campo para absurda e estúpida decisão, deu no que deu…

O Sport quer ter a faixa de campeão brasileiro sem ter jogado contra: Inter, Grêmio, Cruzeiro, Atlético, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, uma única partida. Ridículo, não? Pois é, o grande campeão do continente sul-americano, se for o Defensa y Justicia, será coroado sem ter jogado, para chegar a esta disputa, contra as grandes feras continentais. Piada…

No cenário continental, esta competição só teria sentido se fosse uma disputa entre os campeões das Américas Central, Sul e Norte. Como é desenhada, não passa de um caça níquel…


 
Vai ter jogo!

Flamengo e Palmeiras vão entrar em campo em meio à verdadeira bagunça nacional. Este tema pode ser avaliado de vários ângulos.

O primeiro é não confundir política com futebol. Partindo desta premissa, na situação caótica em que se encontra o país, com brasileiros morrendo aos borbotões, vítimas do corona vírus e da falta de uma política minimamente responsável para salvar vidas, dá para se entender e aceitar qualquer decisão de prefeito ou governador, fechando tudo e determinando toque de recolher.

Em contrapartida, o argumento de que se proibir um jogo e permitir um treinamento não faz sentido, não deixa de ser coerente. Afinal, qual a diferença entre um treinamento coletivo, titulares contra reservas, e um jogo, se o treinamento coletivo é um jogo?

Se houvesse responsabilidade e critério no nosso judiciário ficaria tudo mais fácil. Lá, o STF determina que prefeitos e governadores têm livre arbítrio para decidir, valendo as medidas mais restritivas.

Aí vem um ministro que, monocraticamente, contraria a decisão dos seus companheiros do STF que, como não poderia deixar de ser, cassam, por maioria, a decisão do ministro. A última confusão foi esta de Brasília em que, liminar prá lá, liminar pra cá, a bola vai rolar…

Respeitador extremo que sou do que a ciência indica e do que os governantes responsáveis decidem, confesso que, como apaixonado pelo Flamengo e por futebol, fico meio dividido. De um lado o friozinho na barriga e a alegria pelo domingo de decisão importante e, do outro, a dúvida, ante a possibilidade de estar sendo egoísta e não tão responsável como imagino ser.


 
Para encerrar: Sorteio da Libertadores.

Calendário do Flamengo

21/04: Vélez x Flamengo
28/04: Flamengo x La Calera
05/05: LDU x Flamengo
12/05: La Calera x Flamengo
19/05: Flamengo x LDU
26/05: Flamengo x Velez

Gostei, excetuando-se um jogo na altitude.


 

NOSSA CAMISA PARA A DECISÃO DA SUPER COPA DO BRASIL