(Foto: André Fabiano / Folhapress)

Só queria entender

Vivemos um momento inusitado e difícil, em um país onde por mais que se queira ser otimista, com tudo que estamos observando e sendo vítimas, fica impossível.

Quem comanda a crise da pandemia, o presidente da república, os governadores, os prefeitos ou o poder judiciário?

Aí já começa toda confusão que coloca o Brasil como potencial candidato ao título de mais incompetente no campeonato patrocinado pelo corona vírus e, pela campanha com vaga certa na Copa Libertadores da desgraça.

Não bastasse este desencontro brutal de comando, esbarramos agora no absurdo dos absurdos. Seja lá para o que for, só se relaxa quando, no mínimo, tudo esteja voltando à normalidade.

Aqui, ocorre exatamente o contrário. Nas últimas 24 horas, a mais populosa cidade do país bateu o recorde de óbitos. Paralelo a este fato, é anunciado o relaxamento da quarentena e, em consequência, uma multidão se acotovelando em tudo que é lugar e de tudo que é jeito, promovendo verdadeiro baile funk, onde o “corona” é convidado de honra.

Aí vem o futebol. Claro que todos nós estamos loucos para ver a bola rolar, só que a bola é rolada por seres humanos que, como qualquer de nós, também têm os seus problemas.

Como é que se faz uma reunião que acaba na madrugada de quarta-feira anunciando que no dia seguinte recomeça o Campeonato Carioca? Aqui pra nós, isto soa normal?

Sei que Flamengo e Bangu estão em treinamento desde o início do mês. O problema é o afogadilho. Por que esta pressa avassaladora se todos os outros clubes ainda mantêm seus jogadores em casa?

Tudo bem, o Flamengo joga contra o Bangu. E imediatamente depois vai jogar contra quem?

Não seria melhor dar duas semanas para que houvesse – para todos – um mínimo de preparo e aí então recomeçar o campeonato?

O futebol, no fundo, é o reflexo do país. Não há um comando único para administrar a crise. E como dizia minha avó Corina, “onde todo mundo manda, ninguém manda e ninguém obedece”.

Ah, ia esquecendo. A volta do futebol… será sem público e sem TV.

Genial…