Marcelo M. de Melo

Abertura melhor do que o jogo

Tenho minhas dúvidas em misturar espetáculo musical com futebol. As “aberturas” dos eventos a que tenho assistido, pouco tinham a ver com a finalidade precípua de quem tinha ido ao estádio. Nesta Copa do Catar, a exceção. Abertura com um baita poder de comunicação, onde o espetáculo traduziu emoção e cultura, de forma absurdamente competente.

O jogo, ao contrário, não por culpa da seleção do Equador, ficou devendo. Quem pagou para ver a abertura da Copa, só não se sentiu lesado exatamente pelo espetáculo, pelo pré-jogo.
A diferença técnica entre Equador e Catar, parecida com a distância entre os dois países. Aliás, este time do Catar teria enorme dificuldade, disputando a série B do Campeonato Brasileiro, em chegar no quarto lugar. Acho que perderia para o Vasco…

E, com todo respeito, um absurdo a Copa do Mundo não ter na sua abertura, ao menos, uma seleção consagrada mundialmente.
O mais simples seria dar ao último campeão do mundo a possibilidade de abrir a Copa seguinte, porém, isso passou a ser inviável quando se cassou o direito de o campeão do mundo estar automaticamente classificado para a próxima Copa. Agora, mesmo campeã, a seleção tem que jogar as eliminatórias para garantir vaga. Prevaleceu o lado financeiro em detrimento do que mais importa, o mérito esportivo.

Aliás, registre-se que a nossa CBF foi voto único e vencido, por se modificar a fórmula de disputa das eliminatórias sul-americanas. Hoje, um contra todos, turno e returno, em um total de 18 jogos. A CBF propôs voltar ao passado, com divisão em grupos, com menor quantidade de jogos, aliviando assim o calendário dos clubes. As outras federações, pensando em seus interesses financeiros, vetaram a correta proposta brasileira.
E, pior ainda é que nas próximas eliminatórias sul-americanas, de 10 participantes, sete irão se classificar para a Copa.
Absurdo…

Os franceses, muito mais agora, com o corte de Benzema, começam a concluir que a Seleção Brasileira, de favorita, passou a favoritíssima para levantar o caneco. Tomara que estejam certos…
Agora é esperar o time que Tite irá escalar. Pelo perfil do nosso treinador, acho que nada irá ser muito diferente do que se viu nos últimos amistosos. Aguardemos…

Muito boa a transmissão da Globo, com o trio de craques da latinha: Luís Roberto, Roger e Caio. Transmissão com o peso de uma Copa do Mundo. Imponente, clara, alegre, imparcial, informativa e, ao mesmo tempo, descontraída, tão ao gosto do brasileiro.