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Emoção é a única certeza

Quarta-feira chegando. Lembro dos meus tempos de repórter, das inúmeras matérias com Zico em momentos de decisão e, foram muitas, em que o que mudava era o adversário. A ansiedade era a mesma e, os piores momentos eram os mais próximos ao jogo, os poucos dias, as poucas horas que nos separavam do momento mágico do Flamengo entrar em campo para mais uma decisão. Zico só sofria pela espera. Era ansioso. Na hora H, resolvia tudo…

Há um item em que o nosso timaço das décadas de 70 e 80 e o nosso time de hoje têm em comum. Confiança! Interna e externa. Entre eles jogadores e, aqui fora, nos torcedores.

Entre estes dois times, a meu conceito, os mais eficientes envergando o Manto Sagrado, há uma visível diferença que quatro letrinhas explicam: Zico!

Ousaria afirmar, e peço mil desculpas aos meus queridos amigos Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Júnior, Andrade, Adílio, Tita, Lico e Nunes, que Zico é o fiel da balança. Se jogasse neste time de hoje, seria este o melhor da nossa história.

Se hoje não temos Zico, em contrapartida, como o time é homogêneo, embora não haja um gênio, não há desfalque que abale o ânimo do torcedor, nem que influencie de forma decisiva no desempenho.

Voltando no tempo. Já imaginaram como nos sentiríamos se fôssemos informados de que Zico não jogaria, em Montevidéu, contra o Cobreloa, ou em Tóquio, contra o Liverpool?

Pois é. Hoje, podemos não contar para esta decisão com Arrascaeta, a mais cara contratação na história do clube. Claro que, se isto ocorrer, vamos lamentar, mas não vamos perder nem um segundo do nosso precioso sono. Confiamos em quem vai entrar para jogar. O único insubstituível seria o Galo. Como ele não joga mais…

Estava aqui trocando umas ideias telepáticas com Messi, não o do Barça e sim, o meu filho de quatro patas, um Golden Retriever que vivo achando que um dia vai falar. Enquanto ele não fala, a nossa “resenha” vai sendo telepática…

O raciocínio é simples: não podemos tomar gol na quarta-feira, pois estaremos obrigados, a cada gol do Grêmio, a ter que fazer dois. E, lembro que o único resultado que leva para os pênaltis é o 1 a 1. Aí, não teríamos que fazer dois, mas correríamos o risco dos pênaltis.

Que ninguém se iluda. Vai ser um jogo duro, pegado, com o Flamengo tendo uma única e monumental vantagem, qual seja decidir no colo da mais apaixonada e apaixonante torcida do planeta.

Pelas circunstâncias do jogo, a tônica será a procura desesperada pelo gol. Sei que o 0 a 0 é nosso, mas aqui pra nós: com os dois mais criativos e agudos times do futebol brasileiro querendo o gol, para mim, embora muito bom, o 0 a 0 seria uma autêntica zebra…

Bom mesmo seria, ainda no primeiro tempo, meter 2 a 0. As coronárias rubro-negras agradecerão eternamente…