Certa vez, como vice-presidente de futebol, fui para Salvador com a delegação do Flamengo para um jogo pelo Campeonato Brasileiro. Barradão lotado e uma faixa, muito bem produzida por sinal, tinha uma seta (apontando para o local onde estava a torcida do Flamengo), com o seguinte texto: “VERGONHA DO NORDESTE”. Achei um absurdo, uma violência contra o livre direito de escolha de qualquer cidadão, que procurei o presidente da Federação Baiana para mostrar a minha indignação e exigir a imediata retirada daquela faixa. Num primeiro momento fui atendido, mas durante o jogo a faixa voltou. Claro que algum “gênio” deve ter imaginado que esta seria uma boa maneira de sensibilizar o povo baiano a só torcer pelos clubes locais. Para eles, um crime alguém que lá nasceu, ter a audácia de torcer por um clube de outro estado. Mesma coisa seria hoje, querer proibir uma criança brasileira de usar a camisa do Barcelona. Que absurdo! Hoje leio que movimento semelhante ocorre em Natal, onde o Flamengo em breve jogará contra o América-RN importante partida pela Copa do Brasil.
Este tipo de coação, de incitamento à violência, de agressão ao livre direito de escolha, deveria merecer profunda análise e providências por parte das autoridades competentes.