Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, mostrando a garra que marcou a sua vida, driblou as dificuldades momentâneas de locomoção e, numa demonstração de amor e amizade inacreditáveis, foi beijar e parabenizar o seu amigo de vida, Francisco Horta. Viu e ouviu tudo. Ficou até o final e foi embora emocionado.
Dos convidados com história de vida com o aniversariante, o que mais lamentou não ter comparecido foi Carlos Eugênio Lopes que, a mim justificou sua ausência de forma emocionada. Estava em Zurich, a serviço da CBF.
Rivelino deve estar para o Horta, assim como Romário está para mim. Os dois marcaram as nossas vidas. São verdadeiros troféus para nós. Uma pena Rivelino não ter comparecido. Justificou a ausência por um compromisso com uma emissora de televisão. Pena.
Muito me impressionou a forma dos jogadores que compuseram a famosa ‘Máquina Tricolor”: Miguel, Rubens Galaxe, Zé Roberto e Búfalo Gil estão fininhos, rigorosamente em forma. Paulo César Caju, nem tanto, mas…passa com nota seis. Também, quem foi um talento nota 10 como jogador, tem todo o direito de agora relaxar um pouquinho…
Por falar em Paulo César Caju, deu ele na noite de ontem um verdadeiro show de alegria, bom humor e papos polêmicos. Paulo César embarcará para Paris no início do mês, onde combinamos nos encontrar. Vai conhecer uma vinícola que pretende representar no Brasil e jogar uma pelada com Platini e outros craques franceses. Fui convidado para esta pelada no Parque dos Príncipes. Não fosse a recente operação de coluna, seria a glória. Quem sabe, Papai do Céu ajudando, mais na frente… Como ninguém é de ferro, nosso PC vai terminar a jornada francesa em Saint Tropez…
Paulo César anda uma fera com a falta de renovação entre os treinadores brasileiros que, segundo ele, são os maiores responsáveis pela precariedade de talentos em nossos gramados. “Ninguém dribla mais…” dizia, e acrescentava: “Eles (os treinadores) só querem saber de quem seja grande e dê porrada. Criar, para eles, é um detalhe sem importância.” E, concluiu: “Do jeito que está, estamos fodidos já para a próxima copa…”. Ia esquecendo. No seu discurso, Paulo César até cantou e parece que o talento foi transferido dos pés para o gogó. Afinado e com um senhor vozeirão.
Radamés Lattari, segurando uma placa com a inscrição 4040, contava uma história genial que bem define a personalidade do nosso Paulo César. Rada, que apresenta um programa de entrevistas no Esporte Interativo, convidou duas figuras do futebol: Marcos Paquetá, treinador e cunhado de Radamés, e Paulo César Caju. Quando o programa ia começar, Paulo César chamou Radamés para um papo em particular. Saíram do estúdio e Paulo César foi logo dizendo: “Rada, não vou participar deste programa porque não suporto preparador físico fazendo às vezes de treinador. Eles estão matando o futebol brasileiro. Se eu ficar, vou bater boca com ele e não vai ser legal”. Ato contínuo, tomou o caminho da rua. Radamés só teve um entrevistado.
Ao final da festa, Dudu, meu filho, convidou Horta e família para jantar no Restaurante Gonzalo. Horta agradeceu e declinou do convite, afirmando: “Depois de tanta emoção, se comer vou passar mal”. E continuou saboreando os amigos, sem beber e sem comer nada.
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