O mundo mudou tanto assim?

Ter sido presidente do Flamengo durante quatro anos e vice-presidente de futebol por igual período, além de ser a maior honra nesta vida, também foi de entrega absoluta. Um verdadeiro sacerdócio.
Em qualquer das funções, a serviço do clube, viajando pelo Brasil e pelo mundo afora, paguei com meus recursos todos os bilhetes aéreos, hospedagens e alimentação. Alguns amigos entendiam esta atitude como exagerada, mas era para mim uma forma de retribuir a divina honraria de servir à minha grande paixão.

Após a correria muitíssimo bem-sucedida em 2005, tendo como parceiro meu amigo Hélio Ferraz no projeto para evitar o rebaixamento, assumi, oficialmente, a vice-presidência de futebol em 2006, ano de Copa do Mundo. Quis o destino que o Flamengo se classificasse para a final da Copa do Brasil, em dois jogos contra o Vasco. Em síntese, enquanto a Copa rolava, tínhamos que nos preparar e, com um novo treinador assumindo o comando da equipe.

Minha vida, inclusive profissional, estava toda arrumada para estar na Copa, porém, o interesse do Flamengo falou mais alto e, lá não fui assistir a um único jogo, onde, em todos, havia para mim lugar reservado nas tribunas de honra da vida…
O final não poderia ter sido melhor. A preparação foi perfeita e o time muito bem arrumado, apresentado o menino Renato Augusto como novidade, foi campeão da Copa do Brasil, vencendo o Vasco nos dois jogos.

Conto isto para dizer do meu espanto em saber que o nosso presidente, e o vice-presidente de futebol, em semana de Fla x Flu, que vale a nossa vida no Campeonato Brasileiro e, com o ambiente um tanto quanto confuso, estão a caminho de Paris, para a final da Champions League.
Pode ser que alguém argumente que são poucos dias. Tudo bem, só que não consigo entender…
Será que o mundo mudou tanto assim?


 

Dudu, meu filho, acaba de receber a seguinte mensagem, encaminhada pelo vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz:

“Avisa para o seu Pai, que é mentira, ou melhor o fofoqueiro que passou para ele só quer me prejudicar, estou no RJ, e não viajando ou indo viajar como escreveu.”

Como o que interessa é o que seja o melhor para o Flamengo, prefiro não me aprofundar no tema. Muito bom que o nosso vice-presidente de futebol – o presidente do futebol – esteja por aqui, atento a tudo e, como bom escoteiro, sempre alerta aos interesses do Flamengo.