Sérgio Sette Câmara (Foto: Rafael Araújo)

Para a FIFA, corona vírus é paisagem

Leio, estupefato, o depoimento do presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmara, desesperado ante a possibilidade iminente do seu clube ser punido pela FIFA com a perda de três pontos no Campeonato Brasileiro.

O clube mineiro deve à Udinese a importância de 13 milhões de reais pela compra do atacante Maicosuel. Embora não seja uma dívida contraída em sua gestão, é uma obrigação que o presidente Sette Câmara tem que cumprir e vem trabalhando neste sentido. Chegou a juntar nove milhões, só que, a dívida sendo em euro, a alta absurda da moeda europeia fez com que os nove milhões diminuíssem de tamanho…

Querendo honrar o compromisso, o presidente do Atlético ponderou junto a FIFA que o momento era o pior possível. Pandemia, contratos cancelados, faturamentos comprometidos pela bola não estar rolando, foram os argumentos apresentados à FIFA, solicitando um parcelamento para que a dívida fosse quitada. Intransigente, senhora do mundo, dona do universo, a toda poderosa disse simplesmente… não!

Neste momento em que escrevo, não tenho qualquer nova informação. Independentemente da solução definitiva para este tema, me vem à cabeça e, com tristeza, a omissão dos clubes. Este fato que hoje atinge o Atlético Mineiro, amanhã, a vítima poderá ser qualquer outra instituição. Fossem os clubes unidos, através de uma associação ou liga, a postura da FIFA seria outra. Muito mais fácil o embate com o Atlético, só e sem amparo, do que encarar o peso de uma entidade que represente todos os clubes.

E como os clubes não se unem e se organizam, se fazendo respeitar e temer, a FIFA vai dando as cartas, com o seu baralho e crupiê de confiança.


 

Atenção

Felizmente, graças a alguns parceiros, em esforço hercúleo, o Atlético Mineiro conseguiu pagar a dívida de treze milhões, livrando-se assim da guilhotina da FIFA.

Como o fato novo não invalida o pensamento que deu origem ao post, – a soberba indiferença da FIFA e a falta de união dos clubes – não há motivo para que seja retirado do ar.

Desta feita, aos 48 do segundo tempo, final feliz. E quando não der para fazer o gol na prorrogação?