Parece simples, mas não é

(Fotos: Gilvan de Souza / Flamengo)

O que? O mundo da bola.

Nosso moderador e querido amigo Robert Rodrigues, assim que cheguei de viagem, me encaminhou polêmica matéria, concedida ao UOL, pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello (ler aqui).

O motivo do encaminhamento a mim, feito pelo Robert, foi pelo fato da referida matéria estar sendo muito discutida nas redes sociais. A matéria em si, tem como ponto central o fato de – na reunião com os jogadores – o presidente ter pedido a ajuda deles, pois seu mandato termina em dezembro e, mais do que justo que Eduardo queira sair bem, com reconhecimento popular e, como todos sabem, isto no Flamengo só é possível com o futebol sendo vitorioso.

Sinceramente, não achei nada demais. Se há uma linha direta entre o presidente e seus jogadores e, uma das partes no que tange a honrar os compromissos assumidos – no caso a do clube com os jogadores – é cumprida à risca, com salários em dia, bom ambiente e boas condições de trabalho, tem o presidente todo o direito de exigir reciprocidade, mesmo apelando para o lado emocional.

Muito difícil para quem está de fora ter a certeza de qual seja o melhor remédio, quando não se convive com os problemas do paciente…

De qualquer forma, cobrar é um direito do presidente. A forma, pode até ser discutível, mas dependendo do tamanho da cumplicidade entre as partes, pode até funcionar.

O outro ponto que muito foi discutido, ficou por conta da fala do presidente, se dirigindo aos jogadores e mostrando que o resultado da eleição passa pelo resultado do futebol e, daí a necessidade de vencer e conquistar títulos. Para dar ênfase ao seu discurso, Eduardo afirmou que não suportaria ver os ladrões de volta ao Flamengo. Fato, claro, se o atual grupo vier a perder as eleições.

Vou surpreender muita gente e, dizer que o presidente não errou na afirmativa, mas foi infeliz generalizando, deixando no ar… Como o Flamengo foi para mim uma missão divina, lá entrei para dar e me entregar. Levava isto tão a sério que, ao longo de nove anos trabalhando para o clube, como presidente e vice-presidente de futebol, duvido que alguém encontre uma nota de viagem, nacional ou internacional, de hotel, de refeições, de representação, enfim, de qualquer coisa, em que eu tenha sido a origem da despesa.

O Flamengo jamais me pagou uma Coca-Cola. Onde o Flamengo foi, eu fui, pagando todas as despesas com meus próprios recursos. Alguns companheiros afirmavam tratar-se de um exagero. Fiz e não me arrependo.

Da mesma forma, tomei conhecimento de pessoas que ocupavam determinados cargos com o único objetivo de obter alguma vantagem, independentemente de, para o clube, ser bom ou ruim.

Como bati de frente, abominando a patifaria, arranjei inimigos que queriam fazer do Flamengo o quintal da casa deles. Inimigos, que até hoje, inconformados, me perseguem. Por isso, entendo o desabafo do Eduardo. Como em mim a carapuça não cabe e, sabedor de que há gente sim, rondando sempre à espera de uma boquinha, não posso deixar de dizer que Eduardo tem certa dose de razão. Já passei da idade de querer ser politicamente correto. Digo o que penso.



Ia esquecendo. Se há uma multa contratual e o São Paulo pagar, o que se pode fazer? Resposta: Pegar o dinheiro e reaplicar no futebol, contratando de acordo com a necessidade do time. No mais, papo furado. Discutir o sexo dos anjos?

Para encerrar: Vamos começar o Campeonato Brasileiro com um comandante que nunca comandou. CADÊ O TREINADOR?