Deixando tudo bem claro

Ontem, o repórter Martin Fernandez, da Globo, me enviou a seguinte mensagem:

Kleber, tudo bem? Desculpa incomodar de novo com isso. Mas, para ser totalmente transparente com o Sr. (como tentamos ser sempre) a reportagem com os áudios do J. Hawilla deve ir ao ar até o final desta semana, no Globoesporte .com e no SporTV.

A minha resposta, na íntegra, foi a seguinte:

Martin, querido,

As gravações que já foram divulgadas há bastante tempo pela TV Record, não reconheço como idôneas. Há flagrante manipulação nos diálogos. Uma total desconexão entre o que se pergunta e o que se responde. Jamais, nos diálogos reais, verdadeiros, mantidos por mim, com o delator e réu confesso, José Hawilla, houve menção a nomes de pessoas, ao contrário do que ocorre nas gravações, quando os nomes são citados, exclusivamente, por ele.

Aliás, há um quadro no programa do Washington Rodrigues, na Rádio Tupi, que é exatamente o que aqui relato, quando o diálogo que vai ao ar sofre manipulação exatamente na fala de quem entrevista.

Diálogo original: “Ô fulano, você gosta de usar a camisa do Flamengo?” Resposta: “Adoro. Simplesmente me realizo. É o meu momento de glória.”

Diálogo que vai ao ar: “Ô fulano, você gosta de se vestir de baiana?” Resposta: “Adoro. Simplesmente me realizo. É o meu momento de glória.”

Nas gravações exibidas pela TV Record que, imagino serem as mesmas mencionadas por você, os meus advogados tentaram realizar perícia, porém, pela qualidade, os peritos contatados afirmaram ser impossível uma avaliação 100% precisa.

Enfim, respeito, mas lamento que este tema, já amplamente divulgado, retorne ao noticiário, como se já não tivesse causado enorme estrago na vida das pessoas.

Forte abraço.


Hoje, em um dos programas do SporTV, as mesmas gravações exibidas pela TV Record foram repetidas, e o apresentador André Rizek leu, apenas parcialmente, a minha resposta com relação ao que foi ao ar. Por isso, faço questão de aqui transcrever, na íntegra, os meus argumentos encaminhados ao repórter Martin Fernandez. Por que não leram na íntegra? É a pergunta que deixo no ar.

E, como informação para o repórter Martin Fernandez, que no programa afirmou que, pelo fato deste tema ser tornado público os clubes passaram a receber muito mais dinheiro pela Copa do Brasil, informo e afirmo que isto se deve, única e exclusivamente, ao fato de a Rede Globo ter passado a pagar pelos direitos de transmissão da Copa do Brasil um valor compatível com a realidade de mercado.

Enfim, deixo aqui, na íntegra, os meus argumentos de defesa, que na TV, estranhamente, ficaram faltando.

E para encerrar: Onde está a prova de que,  em qualquer momento, propina – de nossa parte – tenha sido paga a quem quer que seja?

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