Levei um susto com a falsa notícia da morte de Liédson.
Caramba, como pode alguém tão jovem e pleno de saúde morrer de AVC? Ainda bem que ele, rapidamente, utilizou as redes sociais para desmentir esta fake news de muito mau gosto.
Ainda impactado pela notícia, vieram lembranças em função de momentos que vivemos.
Há um jogo que nos une profundamente. Morava eu em São Paulo e, em uma noite de quarta-feira, haveria um Palmeiras e Flamengo, no Parque Antártica, jogo válido pelo campeonato brasileiro de 2002. Naquele tempo, tínhamos uma rotina imutável, em que todo jogo do Flamengo, meu querido amigo Léo Jaime ia ver a partida, fosse qual fosse, lá em casa. Como esta era em São Paulo, fomos para o hotel onde o nosso time estava concentrado e, de lá, para o Palestra.
Meu irmão Radamés Lattari era o diretor executivo e, combinamos um encontro no estádio para vermos o jogo juntos. Quando nos encontramos, recebemos o amável convite para o camarote do Palmeiras. Amigos, que saia justa. Eu, Rada e Leo Jaime, em meio a uma legião de palmeirenses que, naquele momento, sofriam com a possibilidade do rebaixamento, querendo torcer e, sem poder, até por uma questão de educação.
Aí entra em cena o nosso – vivíssimo – centroavante Liédson que, com oportunismo e categoria, faz 1 a 0. Tivemos que conter o grito dadas as circunstâncias. A nossa comemoração se limitou a cutucões, um no outro, com os pés.
Ambiente tenso. Palmeiras caminhando para a degola. O bom senso nos indicou que o melhor caminho era agradecer a acolhida e, no intervalo, zarpar do camarote palmeirense.
O jogo terminou empatado em 1 a 1. Fomos, barbaramente, escandalosamente, garfados!!! O gol de empate foi em vergonhoso impedimento e, não bastasse, no finalzinho metemos o segundo gol que foi, injustamente, anulado. Em síntese, um “garfo” monumental – confirmem no vídeo ao final do texto.
Liédson foi o melhor em campo. Ganhou todos os motoradios possíveis.
Vida longa ao Liédson!!!
Atenção
Não esqueçam de votar no nosso melhor time de todos os tempos, 1981 ou 2019.
Até às 22h, escolha entre Raul e Diego Alves como nosso melhor goleiro. Clique aqui para acessar o post e opinar sobre o seu preferido!
Para quem gosta de assuntos financeiros / contábeis dos clubes de futebol, assim como eu gosto, saiu o primeiro balanço auditado de 2019:
Clube de Regatas do Flamengo
https://flamengo.com.br/transparencia/demonstracoes-financeiras
Destaques::
Receita bruta: 950M
EBITDA: 248M
Superavit: 63M
Investimentos: 196M
Patrimônio Líquido: 123M
@Rodrigo Mattos
Colegas do UOL
@bielvaquer
e
@pedrolopesg
relatam que a Globo parou de pagar cotas dos Estaduais já que estão parados (era óbvio q iria ocorrer). Alguns clubes falam em voltar a jogar. Afinal, quem liga para vidas, o importante é a final do Carioquinha:
Sobre a escalação do time ideal (1981 & 2019) vale a pena ler a crônica do RMP. Tudo a ver:
“Na quarentena, o duelo do Fla: 81 x 19

Renato Mauricio Prado
29/03/2020 04h00
Sonhei que a pandemia tinha acabado e que o futebol estava de volta. E num Maracanã engalanado e completamente lotado, dois times rubro-negros entravam em campo, lado a lado. Um, de camisa branca, de mangas compridas; o outro com a tradicional rubro-negra, mangas curtas. Na tribuna de imprensa, igualmente repleta, me vi ao lado de Armando Nogueira que, com um sorriso maroto, me provocava.
– E aí, Renatinho, quem ganha?
No meu sonho, eu ainda nem sabia direito quem jogava. Mas quando o velho parceiro de jornalismo e de vôlei, na praia de Ipanema, Oscar Eurico, sentado do outro lado, me passou as escalações, senti o sangue gelar nas veias. O time de branco: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. O de rubro-negro: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luís; William Arão, Gérson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Gabigol e Bruno Henrique.
E agora? Olhando em direção ao gramado, vi os trepidantes Danilo Bahia, entrevistando Paulo César Carpegianni, e Loureiro Neto, ouvindo seu compatriota Jorge Jesus. Próximo deles, Zildo Dantas (aquele cujo slogan era “nem o sol cobre melhor o Flamengo”) falava com Zico e Gabigol, para a Rádio Nacional. Deus Meu! Estava prestes a presenciar o duelo entre os dois times do Flamengo campeões da Libertadores, em 1981 e 2019. E ainda revia tantos colegas queridos que já se foram. Um acontecimento literalmente, dos sonhos!
Esticando o pescoço pude enxergar também a cabine da Rádio Globo com os locutores Waldir Amaral e Jorge Curi, ao lado do comentarista João Saldanha, o João sem medo, e Mário Vianna, com seus dois enes, pronto para comentar a arbitragem de Armandinho Marques. Que momento!
A Suderj informava as escalações, que iam sendo mostradas no velho telão eletrônico, enquanto “um vendaval de bandeiras rubro-negras” festejava o jogão que estava por vir. Eletricidade pura nas arquibancadas, cadeiras e geral porque, sim, era o Maraca de antigamente, com quase 200 mil pessoas. Havia gente até na marquise do velho estádio.
E rolou a bola, tocada por Zico para Adílio e daí para Andrade. O passe longo do Tromba para Lico, porém, acabou interceptado por Rafinha, que partiu célere para o contra-ataque. Bola para Éverton Ribeiro, daí, num toque de primeira, para Gabriel, que evitou o combate de Mozer e cruzou na cabeça de Bruno Henrique, que se antecipou a Marinho. Testada firme e sem defesa, bola na rede de Raul, que nem se mexeu: 1 a 0 no placar, a favor da turma de 19. Com menos de um minuto de jogo!
– Ô, véio! Se não for pra pular, vou eu pro gol… – provocou Zico, enquanto, no radinho de pilha, Waldir Amaral dizia com seu vozeirão rouco que tinha “chovido na horta do Flamengo de Jesus”. E logo em seguida, Saldanha, com sua conhecida verve irônica, emendava:
– Prepara a garganta, Waldir. Porque esse jogo vai ter chuva de gols…
Dito e feito. Claro que os campeões de 81 não iam deixar barato e quando a bola voltou a rolar, a pressão sobre o gol de Diego Alves se tornou infernal. Primeiro foi uma cabeçada de Nunes, que o goleiro espalmou à corner, com a ponta dos dedos; depois uma triangulação infernal entre Zico, Adílio e Tita, que acabou com um chute do Galo, tirando tinta da trave e, por fim, um tirambaço de Tita que explodiu no travessão. No rebote, a bola caiu nos pés de Leandro, um pouco além da entrada da área. Lembra daquele golaço do Peixe Frito, num Fla-Flu? Foi igualzinho. Bomba santa, 1 a 1 no placar.
Encantado, notei que a torcida comemorava igualmente os gols dos dois times. Natural, de um lado e do outro eram gols do Flamengo! E Mário Vianna enchia os pulmões:
– Gols LEGAIS!
Dada a nova saída, Arão se mandou para frente, Arrascaeta ciscou em frente de Adílio e enfiou para Gabigol, dentro da área. Mozer fez a antecipação e o corte, esticou para Zico e o passe, de 30 metros, do Galo para Nunes, às costas de Rodrigo Caio e Pablo Mari, saiu perfeito. O João Danado esperou a saída de Diego Alves e tocou por cobertura. 2 a 1 pros mais antigos.
Pintava o vencedor? Pois sim. O jogo seguia frenético e, cinco minutos depois, uma linda tabelinha de Éverton Ribeiro e Gabigol deixava o artilheiro sozinho, na marca do pênalti. Hoje tem? Teve. Dessa vez, Raul saltou e chegou a tocar na bola, mas essa raspou na trave e foi dormir no fundo do véu da noiva. 2 a 2! Que espetáculo maravilhoso eu assistia, torcendo para não acordar.
A segunda igualdade no placar (com menos de 25 minutos) diminuiu o ritmo alucinante da partida e começou a ser disputado, então, um xadrez tático dos mais interessantes. Tentando empurrar o time de Carpegianni para o seu próprio campo, a equipe de Jorge Jesus avançava a zaga e colava Arão em Zico, para evitar seus lançamentos em profundidade para Nunes.
Bem postados, os campeões de 81, mantinham Andrade, como um atento cão de guarda, na entrada da área, enquanto Tita e Lico recuavam, reforçando o combate no meio-campo e auxiliando na marcação dos laterais. Por sua vez, Gerson pegava Adílio e apesar da qualidade do toque de bola de um lado e do outro, as chances de gols começaram a rarear – lembrava muito a metade final do primeiro tempo do duelo da turma de 19, contra o Liverpool, em Doha.
Veio o intervalo e, no bar da imprensa, no Maracanã, encontrei Oldemário Touguinhó atracado com um portentoso sanduíche de queijo e presunto. Perguntei-lhe o que estava achando do jogo e, enquanto o melhor repórter da história do jornalismo esportivo deglutia, com vontade, um naco do pão, ensaiei a minha análise.
– Não é isso, não; não é isso, não! – me cortou ele, com seu jeitão típico de fazer prevalecer sempre a própria opinião. Esse jogo não é pra se analisar assim. É feito Botafogo e Santos, nos anos 60. Só tem craque. E são eles que vão decidir em campo. Mas tem um fator de desequilíbrio aí, hein? Como tinha também naquela época. E isso costuma fazer a diferença – concluiu, como de hábito, prenhe de razão.
Na volta para a Tribuna de Imprensa sentei ao lado de um trio de jornalistas e amigos botafoguenses, da maior qualidade: Cláudio Mello e Souza, Luís Carlos Melo, o “jefe” Lulu, e Luís Roberto Porto, o Robertão ou Conde D’Andrea. A resenha era deliciosa, quando a bola rolou de novo. E os dois Flamengos retornaram com a corda toda.
Após a cobrança de um corner, Marinho desviou de cabeça para a entrada da área, onde Arrascaeta acertou uma bicicleta de placa: 3 a 2. Em desvantagem, a equipe de Carpegianni apelou para uma velha arma, dos tempos de Cláudio Coutinho: overlapping perfeito de Tita com Leandro, cruzamento na medida e Zico cumprimentou Diego Alves: 3 a 3.
– Golaço, aço, aço! – esgoelava-se Cúri.
– Esse jogo não devia acabar – comentava Rui Porto, na cabine da Tupi, ao lado de Doalcei Bueno de Camargo.
Não devia mesmo. Cada lance era uma pintura, uma pequena obra de arte. Como a triangulação de Júnior, Lico e Adílio, até o chute rasteiro do Brown, que Diego Alves espalmou e Andrade completou, no rebote: 4 a 3. Ou a jogada de pé em pé de Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e… Gabigooooooooool. Mais um pra conta de Jesus: 4 a 4. O jogo ia chegando ao fim e todo mundo parecia satisfeito.
– Que jornada, Baudelaire! – gritou de longe Amauri Mello, outro velho parceiro, que usava e abusava desse bordão, para saudar grandes epopeias.
Já estávamos nos acréscimos. Zico recebe no meio-campo, mete a bola entre as pernas de Arão e arranca. Na corrida, evita Gerson, dribla Mari e é derrubado por trás, por Rodrigo Caio. Armandinho apita! E a torcida, em coro, canta, a plenos pulmões, a velha música de Jorge Ben:
– É falta na entrada da área! Adivinha quem vai bater? É o camisa dez da Gávea… É o camisa dez da Gávea…
Oldemário tinha razão. Havia um fator de desequilíbrio entre os dois timaços. Diego Alves nem pulou. A bola foi lá onde a coruja dorme. E Armando Marques não deixou que o jogo recomeçasse, encerrando-o com o placar em 5 a 4 para os campeões de 81.
Na saída de campo, os 22 jogadores confraternizaram alegremente e trocaram camisas. Menos Zico, que tinha prometido a dele para Jesus, com quem saiu de campo abraçado. Ambos tinham um sorriso aberto no rosto.
– Se jogasses no meu time, ganhava eu – disse o técnico português, no ouvido do craque.
Óbvio, ó pá! – digo eu.
Que sonho! Pena que acordei. E a quarentena continua. Fique em casa!”
Sensacional !!!!!
QUANDO A MATEMÁTICA NÃO FECHA.
Amanha, dia primeiro de abril, o Flamengo e mais alguns clubes pelo Brasil, se programam para dar férias de 20 dias a todo o seu elenco. Inclua-se nisso jogadores, comissão, staff e funcionários.
Ao contrário do que muitos andam dizendo pelas redes sociais, clubes como o Flamengo optaram em dar férias justamente nesse período específico por se coincidente com a curva de maior contágio em relação ao COVID-19.
Se levarmos em conta que no Estado do Rio de Janeiro o primeiro caso comprovado, testado e diagnosticado de Covid-19 se deu no dia primeiro de março, e alinharmos a o período de férias optado pelo Flamengo veremos que o fim das férias se dará no quinquagésimo dia da curva de contágio.
Pois bem. Aqui se dá o primeiro problema.
No mundo, a maior curva de contágio se dá entre o quinquagésimo dia e o septuagésimo dia.
Logo amigos, em se tratando de Rio de Janeiro, onde o primeiro caso registrado foi no dia primeiro de março, se fizermos um conta rápida e traçarmos um paralelo aos 70 dias da curva de maior contágio, chegaremos ao dia 9 de maio.
Aqui teremos o segundo problema:
O que farão os jogadores e os clubes, quando voltarem de férias justamento no período de maior contágio dessa pandemia? Vão continuar em casa em isolamento, ou vão à rua correndo o risco de contágio?
Lembrar aos amigos que o achatamento da curva ou a diminuição dos casos previstos para após 9 de abril, nem de longe, significa que a pandemia findou-se. Significa tão somente que “amanhã” teremos menos pessoas contagiadas, que “ontem”
Estaticamente em todo o mundo, a curva de queda do Covid-19 tende a demorar 40 dias.
Ou seja: Quando chegarmos ao dia em que tivermos por exemplo 500 novos casos e no dia seguinte tivermos 480 novos casos, a tendência é que demore mais 40 dias até que o vírus seja extinto.
Logo amigos, numa matemática bem simplória, temos 110 dias de vírus circulante.
Estamos falando de 8 de junho.
Dia 8 de junho seria a data liberada para a saída do confinamento.
Mas teremos uma pré temporada ? E quantos dias se daria para essa pré temporada? Seriam 15 dias? 20 dias ?
Se foram 20 dias, estaríamos falando de 28 de junho para se pensar num primeiro jogo, podendo ter torcida.
E aí que tenhamos resolvido a questão de datas no Rio de Janeiro… Como ficaria o resto do Brasil , se o vírus se propaga por “Peak Wave” (picos de onda) ?
Peak Wave significa dizer que o pico de contágio em São Paulo é diferente do pico de contágio do Rio de Janeiro…….e que provavelmente será diferente do resto do Brasil.
Se não temos todas essas respostas e nem temos toda essa matemática de dias resolvida, afirmo hoje ser impossível diagnosticar como ficará o nosso calendário.
Aí meus caros amigos, surge um pepino enorme:
O que fazer com os estaduais?
A CBF não pretende bater de frente com as federações estaduais. Federações essas, que a décadas vem perpetuando o poder nas mãos dos mesmo personagens de sempre.
Agora temos o problema da matemática dos dias, a incerteza da volta do futebol, a perpetuação de poder e pasmem a soberba idiota.
Porque não adianta o presidente do Flamengo afirmar hoje aos 4 cantos do Brasil, que a crise dessa pandemia terá ” impacto absorvíveis”
Absorvíveis como cara pálida, se o cenário é de total incógnita!?!?
Quer dizer……….os governadores de todo o Brasil construindo hospitais de campanha, inclusive em vários estados de futebol, e o impacto é absorvível !?!?
Caro Landin….
“Absorvíveis” não é a melhor palavra para esse momento. Você poderia ser mais honesto e dizer: A pica vai entrar, vai entrar para todos os clubes no Brasil e no mundo, mas o Flamengo vai sobreviver.
Sim o Flamengo tem várias maneiras de sobreviver pós pandemia. Mas a primeira delas é garantir as receitas que ainda mantém o clube em andamento.
Patrocínios, venda de produtos, sócio torcedor, bilheteria, etc..etc..etc.. Quem garante essas receitas, se tivermos o pior cenário até 8 de junho, por exemplo?
Sinceramente amigos, acho que realmente ainda temos pessoas que não entenderam o tamanho dos problemas que essa pandemia trouxe ao mundo. E isso é grave.
Abraços a todos.
Desculpa pelo desabafo Kleber,
E…….cuidem-se em casa, amigos.