Auto-explicativo – “Presidência” do Ódio


Amigas e amigos, Conselheiras e Conselheiros do C.R. do Flamengo,

Como vocês, recebi por e-mail a mensagem do Sr. Túlio Rodrigues, um dos signatários – o outro é o Sr. Arthur Rocha (são primos) – do indevido recurso ao Conselho Deliberativo, que visa anular a decisão democrática do Conselho de Grandes Beneméritos, que através do voto me concedeu o título de Grande Benemérito.

Por favor, atentem para o primeiro detalhe:
O Sr. Túlio Rodrigues se tornou o presidente do Conselho de Grandes Beneméritos em função do ex-presidente do clube, Márcio Braga, ter retirado a sua candidatura, profundamente magoado – e com razão – pois esperava ser homenageado, aclamado, ocupando aos 85 anos, a única cadeira de presidente que faltava no seu currículo rubro-negro. A retirada da candidatura de Márcio Braga fez do Sr. Túlio candidato único e, consequentemente, eleito presidente do Conselho de Grandes Beneméritos.

Reparem que, a mesma pessoa que contra mim recorre, é a mesma que, hoje, ocupa a presidência do Conselho de Grandes Beneméritos, função esta que requer independência e postura pertinente ao cargo. Não bastasse o passado, como acusador, o Sr. Túlio, como presidente do conselho, usa o cargo que ocupa para tentar influenciar e, pior: julga!

O que verificamos, além de puro revanchismo, atitude política odiosa, é uma brutal agressão ao processo democrático.

Breves comentários:
1 – Jamais fui suspenso pelo clube. Vivemos em uma democracia e nela, o judiciário anulou a injusta punição a mim aplicada. Portanto, se foi anulada, jamais existiu.

2 – Tenho, comprovadamente, após ter sido agraciado com o título de sócio benemérito, dez anos de relevantes serviços prestados ao clube. A minha passagem pela vice-presidência de futebol e os depoimentos de ex-presidentes e ex-dirigentes, que são do conhecimento, inclusive, do meu detrator, deixam bem claro que o estatuto foi plenamente atendido.

Será que os depoimentos, por exemplo, dos ex-presidentes Eduardo Bandeira de Mello e Hélio Ferraz nada valem?

3 – Este recado vai direto para o Sr. Túlio:

Mereço sim, esta honraria.

Como torcedor apaixonado me entreguei. Como profissional de imprensa, me exaltei. Como dirigente, me doei, de corpo e alma. Ao longo de nove anos, o Flamengo, quando estava a serviço do clube, jamais me pagou uma Coca-Cola, uma passagem aérea ou um quarto de hotel, no Brasil e no exterior.

Como presidente contribuí para a retomada da dignidade do clube.

Foram quatro anos de profundo respeito aos funcionários, com o Flamengo cumprindo todas as suas obrigações trabalhistas, com parceiros e fornecedores, religiosamente em dia.

Nos esportes olímpicos, títulos incontáveis. No futebol, participei de muitas voltas olímpicas: Carioca, invicto, Penta-tri campeonato, Copa de Ouro, Copa do Brasil, Copa dos Campeões Mundiais e Campeonato Brasileiro.

Isto sem falar em dois outros momentos, com sabor de título, porém sem volta olímpica. O não rebaixamento em 2005, sem que estivesse ocupando qualquer cargo, e a contratação de Romário, recém-eleito o melhor jogador do mundo.

Se for do seu interesse, dê um pulinho na contabilidade do clube e procure saber dos rubro-negros que meteram a mão no bolso para ajudar o clube em momentos delicados. Você vai se surpreender…

E, já que falamos em Romário, tenho um desafio: Vamos juntos para um tête-à-tête com o presidente da Multiplan, José Isaac Peres, para perguntar a ele quem é quem no Flamengo? Quem foi íntegro na relação e se houve quem tentasse se beneficiar.

A minha consciência está tranquila. Já fui homenageado com um almoço, em que o Sr. José Isaac Peres convidou seus sócios e, no discurso, falou da homenagem a mim, afirmando que no mundo do futebol ele havia encontrado, finalmente, alguém que só reivindicava para o clube.

Curioso como o Sr. se refere ao fato de o Flamengo ter pago, via acordo judicial, sessenta e um milhões e imputar a mim responsabilidade que nunca tive, ao invés de se aprofundar como “estagiário” acusador e procurar saber o motivo de o Flamengo jamais ter acionado o Consórcio no judiciário. Este fato, a meu conceito, é a maior aberração da nossa história.

Como o Sr. acusa, lhe cabe o ônus da prova. Minha sugestão foi dada. Estou à sua disposição.

Em síntese, prezadas e prezados companheiros, esta é minha mensagem.

Desculpem pelo tempo que tomei para assunto tão estapafúrdio, movido pelo ódio, quem sabe pela inveja e, pela falta do que fazer.

Saudações Rubro-Negras a todos.

Kleber Leite

Ex-Presidente e Sócio Grande Benemérito