(André Durão)

Michael

Não é de hoje que observamos o quanto o futebol mudou.
Há algum tempo era mais do que comum vermos jogos em que cada time tinha quantidade significativa de jogadores espetaculares, alguns verdadeiros gênios da bola.
Sem precisar ir muito longe. Façam um exercício de memória e comparem os times, de um passado não tão distante, de Vasco, Fluminense e Botafogo com os atuais. Se quiserem sair do Rio, o mesmo exercício com Inter, Grêmio, Cruzeiro, São Paulo e, por aí vai.

Alguns craques do passado – Paulo César Caju é o mais contundente – afirmam que, criminosamente, os “professores” das divisões de base, que nunca jogaram bola, mas que tem diploma debaixo do braço, não incentivam a criatividade dos meninos, privilegiando a parte física e modelos táticos. Está é uma tese interessante. Pode ser, pode não ser verdade.

Fato é que, hoje em dia, a habilidade nos gramados sumiu!
A coragem em arriscar também!
Quando aparece um jogador que tenha coragem em arriscar, que parta para dentro do adversário, que tenha velocidade e ginga, tem que ser tratado a pão de ló…e caviar!!

O que faltava a Michael? Confiança!!! A bem da verdade, ainda com Ceni como treinador e, na sequência, com Renato, Michael foi melhor compreendido.
O curioso é que Michael reforça a tese de Paulo César Caju, pois não foi frequentador das divisões de base.

O que Michael está jogando estava na cara que iria um dia acontecer. Temi pela nossa impaciência, e aqui mesmo alertei, dizendo que estávamos correndo um sério risco de perder um jogador que iria “arrebentar” em outro clube.
Felizmente, deu tudo certo e Michael ficou.
Não é nenhum gênio, mas é raridade nos dias de hoje.

Vida longa para Michael no Flamengo.