(Fotos: Gilvan de Souza)

Vocação para o erro

Paulo Sousa consegue contrariar tudo que vimos e ouvimos ao longo da vida.
Não sei se por vaidade, acho o mais provável, abriu mão de repetir o que havia dado certo, optando, sem ter total conhecimento do elenco, em abandonar o esquema vencedor de tudo, para jogar com três zagueiros.
Na sequência, as mais absurdas invenções, como barrar Éverton Ribeiro, afastar Bruno Henrique de Gabigol, transformar Bruno Henrique em auxiliar de lateral, tirar Éverton do lado direito do campo, transformando o jogador em ala pelo lado esquerdo, pedir a contratação de Santos e efetivar Hugo e, por aí vai.
Nos exemplos acima citados, em síntese, Paulo Sousa ignorou tudo que havíamos visto e que deu certo, para ser o diferente, o “gênio”, aplicando conceitos e escolhas que nos custaram o tetra campeonato mais fácil da nossa história – e que seria inédito.


 

Aos dezenove anos, eu já estava no mundo do futebol, em época de convivência muito próxima entre os profissionais de imprensa, dirigentes, treinadores e jogadores. Convivi, também como amigo, de extraordinários treinadores, como Tim, Zagallo, Oswaldo Brandão, Carlos Froner, Telê Santana, Cláudio Coutinho, Evaristo, Paulo César Carpegiani, Joel Santana, Felipão, Cuca, Mano Menezes, Jorge Jesus…
Acabo de ser informado de que Paulo Sousa manterá Hugo como titular, já escalado para o jogo desta terça-feira.
Pois bem. Afirmo que, por conhecimento de causa, de quem conviveu com todos os treinadores acima mencionados que, nenhum deles tomaria tal decisão. Em cada um deles, haveria a preocupação em preservar o jogador e, em consequência, evitar um risco para o clube.
Gérson, o Canhota de Ouro, nas peladas da vida, me ensinou que quando você tenta duas ou três jogadas e erra, melhor não insistir. Melhor procurar as jogadas mais simples, até readquirir a confiança.
Igual deveria se aplicar no caso de Hugo, que vem falhando e comprometendo. Melhor não insistir. O jogador fica preservado e o clube não corre risco de tragédia anunciada…


 

Para encerrar: será que o presidente Rodolfo Landim, contrariando tudo que aprendeu como executivo, não consegue entender que há momento para tudo, inclusive para mudar o que não está dando certo e que a perda de tempo pode representar um monumental prejuízo?
Presidente, os “acionistas” do Flamengo, ou seja, seus torcedores, não estão satisfeitos com a sua indiferença para “balanço” tão pífio, totalmente incompatível com os investimentos.
Na Petrobras, o castigo seria a demissão. No Flamengo, ver sua vida transformada em um inferno.
Faça o que lhe compete. Você não irá se arrepender.
Que São Judas o ilumine.